sexta-feira, 29 de maio de 2009

Pentecostes

Estamos a celebrar a festa de Pentecostes. Não é verdade, no entanto, que Pentecostes é a primeira vez em que o Espírito Santo de Deus, se manifesta na história humana. Desde a obra da Criação do mundo já ele lá estava presente: “…a terra era informe e vazia, as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sobre a superfície das águas.” (Gn 1,2) Na oração do Credo nós professamos: “Ele que falou pelos profetas.” Foi o Espírito Santo quem fortaleceu os reis de Israel que eram piedosos, ungindo-os até torná-los, como no caso de Saul, “um novo Homem”: “6O espírito do Senhor virá então sobre ti, profetizarás com eles e tornar-te-ás outro homem.” Os Sacerdotes como Aarão eram também ungidos.

No entanto, como se nota, o Espírito Santo era derramado sobre aquelas pessoas que tinham uma função especial: Os reis, os profetas, os sacerdotes…O que há de novo em Pentecostes? A novidade é aquilo que o Profeta Joel afirmou: “Depois disto, derramarei o meu espírito sobre toda a humanidade. Os vossos filhos e as vossas filhas profetizarão, os vossos anciãos terão sonhos e os vossos jovens terão visões. Também sobre servos e servas, naqueles dias, derramarei o meu espírito.” (Joel 3,1-2) Em Pentecostes Deus Nosso Senhor derrama o seu Espírito Santo sobre “toda a humanidade”, ou numa outra tradução: “sobre toda a carne”. Não só para a missão dos sacerdotes , dos profetas e dos reis, mas para fazer dos baptizados, um povo de sacerdotes, profetas e reis.

O Evangelho de hoje precede historicamente à primeira leitura. Primeiro, Jesus ressuscitado ungiu com o óleo do seu Espírito Santo a cabeça da Igreja, na pessoa dos Apóstolos: “Em seguida, soprou sobre eles e disse-lhes: «Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados, ficarão perdoados; àqueles a quem os retiverdes, ficarão retidos.” (Jo 20,22-23)

Mesmo depois de ter concedido o seu Espírito Santo aos Apóstolos, com o poder de perdoar os pecados, Jesus ordenou que eles ficassem em oração juntamente com Nossa Senhora e outros fiéis, homens e mulheres, esperando a vinda do Espírito Santo. Todos os que estavam reunidos, inclusive os fiéis leigos, receberam a plenitude do Espírito Santo e profetizavam.

São Vicente Pallotti, contemplando a imagem de Nossa Senhora, os Apóstolos e outros fiéis leigos, no cenáculo de Pentecostes afirmou que nesse momento havia intuído em profundidade aquela que era a verdadeira natureza da obra que Nosso Senhor queria dele, ou seja, o “Apostolado Católico”. O Papa João Paulo II em 2004 afirmou: “Desejo que a espiritualidade de Pentecostes se difunda na Igreja, como um renovado salto de oração, de santidade, de comunhão e de anúncio.” (29/05/2004) Espiritualidade de Pentecostes não se trata apenas de uma novena, como a que temos feito para preparar Pentecostes, que pode ser inclusive uma grande ajuda, mas é sim, uma verdadeira “experiência” pessoal da presença e da acção vivificante do Espírito Santo em nossas vidas. Nosso Senhor Jesus Cristo disse a Nicodemos: “O vento sopra onde quer e tu ouves a sua voz, mas não sabes de onde vem nem para onde vai. Assim acontece com todo aquele que nasceu do Espírito.” (Jo 3,8) Como o vento, que é invisível, nós não vemos a o Espírito Santo, mas podemos sentir os seus efeitos no nosso meio. Que efeitos são estes efeitos? Enumeramos alguns:

Conversão interior radical e transformação profunda de vida.
Luz poderosa para compreender os mistérios de Deus e seu plano de salvação.
Novo compromisso pessoal com Cristo.
Amor ardente pela Palavra de Deus na Escritura.
Busca viva dos sacramentos da reconciliação e da Eucaristia.
Amor autêntico à Igreja e às instituições.
Descobrimento de uma verdadeira opção preferencial pelos pobres.
Entrega generosa no serviço dos irmãos na fé.
Força Divina para dar testemunho de Jesus em todas as partes.” (Cf. Reis, Reinaldo; Celebrando Pentecostes)

Para as células de Evangelização:
1- O que entendeste da diferença da acção do Espírito Santo antes e depois de Pentecostes? Nossa comunidade precisa de um Novo Pentecostes? Já o tem vivenciado?

Pe. Marcelo

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