O Senhor Jesus disse que um escriba sábio, que se torna discípulo do Reino dos Céus, é aquele que consegue “tirar coisas novas e antigas de dentro de seu baú.” (Mt 13, 52) Interessante descobrir esta dinâmica em nossa vida.
A busca do novo nos faz bem, nos faz sentir atualizados, nos faz... até mesmo desconhecer-se a nós mesmos: o novo pode nos fazer sair de nós e, quando voltamos, não nos reconhecemos.
Ao mesmo tempo, o antigo tem sua necessidade... e seu perigo! Permanecer no meu “ser como sempre fui” é importante para preservar minha identidade, minha história; porém, não permite que cresça.
Daí, nesta tensão entre o antigo e o novo, um que me puxa para dentro e outro que me leva para fora, um que me promove a segurança e outro que me leva a ariscar, sim, nesta dinâmica (e quem sabe crise?!), vem o Senhor Jesus e nos proclama a sua Boa Nova: “tirar coisas novas e antigas de dentro do baú”!
A sabedoria nasce não de uma opção que me permite somente preservar ou que me faz somente atualizar-me. A sabedoria nasce da tensão em ser novo e antigo ao mesmo tempo. Nasce da fecundidade de um “solo que é molhado na medida certa”, ou seja, de uma história (o elemento antigo) fecundada pela experiência, pelo estudo, pelo contato com o diferente (o elemento novo).
Hoje descubro a força da palavra do Senhor que me coloca sempre em movimento e que me preserva! Hoje descubro, mais uma vez, aquele versículo que escolhi como lema sacerdotal, há cinco anos atrás: “Permanecer no Amor”: ao mesmo tempo em que me preserva em sua segurança, faz mover-me, deslocar-me, desinstalar-me. É a experiência do antigo e do novo.
Na minha Eucaristia celebrada na Eucaristia do Senhor Jesus, agradeço por cada um de vocês e por suas orações.
Pe. Daniel Luz Rocchetti SAC
1 de Maio de 2005: 5 aniversário de ordenação presbiteral
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