sexta-feira, 24 de julho de 2009

EUCARISTIA E PARTILHA

Na oração da Colecta da Santa Missa de hoje, temos o seguinte pedido ao Senhor: “Multiplicai em nós a vossa Misericórdia, para que, conduzidos por vós, usemos de tal modo os bens que passam, que possamos aderis aos que não passam.”

Um exemplo disso é o do profeta Eliseu na Primeira leitura, que, ao receber as primícias que eram oferecidas a Deus logo ordenou que elas fossem oferecidas aos pobres. O criado argumentou: “«Como poderei dar de comer a cem pessoas com isto?» Insistiu Eliseu: «Dá-os a esses homens para que comam. Pois isto diz o Senhor: ‘Comerão e ainda sobrará.’» (2Reis 4,43)No catecismo da Igreja Católica, vem afirmado quais são as três virtudes que devem informar a vida do seguidor de Jesus com relação aos bens criados: A temperança, a Justiça e a solidariedade. Assim diz o texto: “Em matéria económica, o respeito pela dignidade humana exige a prática da virtude da temperança, para moderar o apego aos bens deste mundo; da virtude da justiça, para acautelar os direitos do próximo e dar-lhe o que lhe é devido; e da solidariedade, segundo a regra de ouro e conforme a liberalidade do Senhor, que «sendo rico Se fez pobre, para nos enriquecer com a sua pobreza” (Catecismo 2407)

Embora tanto no caso de Eliseu, como na Multiplicação dos pães no Evangelho, Nosso Senhor não tenha prescindido da generosidade e doação de alguém, (cinco pães e dois peixes do jovem) o resultado foi completamente desproporcional à doação feita: alimentou cinco mil pessoas.

O São João não traz, no seu Evangelho, o relato da última ceia. No entanto, aprofunda no capítulo sexto muitos dos aspectos deste que é o maior milagre de Jesus: Transformar o pão no seu Corpo e Sangue doados para a Vida do mundo. A numerosa multidão seguia Jesus, por ver os milagres que Ele fazia nos enfermos. (Cf. Mc 6,2) Mas Jesus quer preparar as suas mentes e corações para o maior de todos: A Divina Eucaristia. O texto diz: “Jesus subiu ao monte e sentou-se ali com os seus discípulos. Estava a aproximar-se a Páscoa, a festa dos judeus.” (Jo 6,3-4) Ora, foi durante a Páscoa judaica que Jesus ofereceu o seu Corpo e Sangue na última Seia como Sacramento e o entregou de forma sangrenta logo em seguida, em um outro monte, o Calvário, na Cruz, para a remissão nossos pecados.

Estamos no contexto do ano sacerdotal. É totalmente desproporcional, como no milagre da multiplicação dos pães, o que Jesus faz a partir da doação de um jovem. Aquele jovem doou o seu lanche. Era tudo o que tinha, mas Jesus alimentou com aquele pouco cinco mil pessoas. Hoje também os jovens seminaristas doam a Jesus as suas vidas, mas é totalmente desproporcional o que Nosso Senhor faz através deles. Como no burrinho que Jesus monta para entrar em Jerusalém, assim também Jesus usa-se do sacerdote para chegar à sua Igreja e actualizar o seu Sacrifício feito de uma vez por todas para a salvação do mundo.

São Vicente Pallotti nos lembra que ninguém sacrificou mais por nós do que Nosso Senhor Jesus Cristo, por isso, ninguém, pobre ou rico, ignorante ou culto pode eximir-se de sacrificar-se pela causa do Evangelho. Diante desse Amor infinito, São Paulo na segunda leitura nos vem dizer a condição para participarmos dignamente na Eucaristia que é o esforço para se manter a caridade perfeita: “…suportando-vos uns aos outros no amor, esforçando-vos por manter a unidade do Espírito, mediante o vínculo da paz.” ( Ef 4,2-3)

Para as células de Evangelização.
1- O testemunho do Paulo e da Fátima sobre as consequências da “educação sexual” nas escolas na última folha, serviu de alerta para muitos pais. O que podemos oferecer a Jesus para que Ele multiplique, para que nossas crianças possam ser melhor evangelizadas e educadas?

Pe. Marcelo

Nenhum comentário: