domingo, 27 de setembro de 2009

DOMINGO MISSIONÁRIO PALOTINO

DOMINGO MISSIONÁRIO PALOTINO
4 de outubro de 2009

Papua Nova Guiné é uma das maiores nações insulares do Sul do Pacífico, alguns afirmam que é a mais bonita. A ilha possui um vasto território marítimo. Papua Nova Guiné é um país com uma infinita variedade de montanhas e vales, de rios sinuosos, grandes extensões de pântanos,
florestas impenetráveis e pequenas ilhas que parecem jóias colocadas no mar. Em nenhum outro país se encontra uma tão grande diversidade e discordância de línguas e
costumes em uma população tão pequena (cerca 5‐6 milhões de pessoas) como a de Papua Nova Guiné. É muito difícil precisar quantas pessoas vivem em Papua Nova Guiné, porque não foi feito nenhum censo do governo até hoje e a falta de comunicação com as aldeias mais longínquas torna impossível calcular o número exato da população que ali vive.

Embora a população de Papua Nova Guiné seja relativamente pequena, como descrevemos
acima, existem ali muitas línguas e diversos dialetos (cerca de 380). Uma das aldeias situada perto da boca de Sepik (o maior rio da Papua Nova Guiné) é realmente maravilhosa. Os habitantes desta extraordinária aldeia usam duas línguas diferentes: as mulheres e os homens têm o seu próprio dialeto. O dialeto dos homens não tem nada em comum com aquele usado pelas mulheres. Ninguém sabe explicar como conseguem se entender. Talvez a linguagem do coração possa ser entendida por ambas as partes.
Quais poderiam ser as razões pelo qual existem tantos dialetos e línguas em Papua Nova Guiné?
A existência de cada pessoa, em Papua, é ligada a existência da própria tribo e aldeia. A língua foi criada pela necessidade da aldeia. Na época primitiva, quando os homens brancos não haviam
ainda posto os pés sobre a terra de Papua Nova Guiné, as pessoas do lugar não tinham motivos de se deslocar de um lugar para outro. Se algum destemido fazia uma visita a um vizinho, arriscava ser assassinado.
Por isso não havia motivo de se aprender “a língua mãe” das outras tribos. De qualquer modo, na época da civilização e do desenvolvimento do transporte e das estradas, o problema da comunicação se tornou sério. Para fazer fronte às dificuldades, foi criada uma nova língua. Essa língua devia ser o mais simples possível, para que as pessoas de Papua pudessem aprendê‐la facilmente. Deste modo “pidgin English” (versão
simples do inglês) tornou‐se a língua comum de todos. Porém, ainda tem pessoas que não conseguem falar o pidgin. A maior parte destas pessoas que não conseguem se expressar em pidgin é composta de idosos que ainda recordam as duas guerras mundiais.

O sucesso de Papua é devido à maravilhosa variedade de fauna e flora que dá um sabor especial na vida do país. Onde quer que se vá pode‐se deliciar os olhos com as praias, barreiras de corais que são um paraíso subaquático, cadeia montanhosa com o pico mais alto, o monte Wolheln, a 400m acima do nível do mar, grama alta (kunai), fauna rica de muitas espécies, entre elas pássaros do Paraíso que se encontram somente neste país. Com razão Papua Nova Guiné é chamada “Paraíso”.

Em Papua poucas são as famílias compostas com menos de 6 filhos. Uma vez, durante um
funeral, me contaram a história da vida do defunto. Ele era pai de 6 filhos e 3 filhas, vô de 59
netos, 28 bisnetos e 6 tataranetos. As famílias com muitos filhos devem enfrentar muitos
problemas e dificuldades, tais como o desemprego e a falta de dinheiro, o que não permite aos
pais mandar os filhos para a escola, além da falta de assistência médica. Estes e muitos outros
problemas causam alta taxa de mortalidade, analfabetismo, divórcio, poligamia e alcoolismo. E, se estas dificuldades são obstáculos para uma vida feliz, existem muitas pessoas, especialmente os jovens, que desejam cumprir sua missão e serem pessoas felizes. Em uma aldeia uma mulher foi até o padre e disse: “Padre, meu marido não me ama”. O padre maravilhado lhe perguntou:
“Como tu percebeste que teu marido não te ama? Que acontecimento te levou a esta conclusão?”
Ela respondeu: “Porque ele não me bate!”. De um lado pode parecer uma história divertida,
inventada por uma mulher, mas de outro, este simples exemplo mostra que a violência está arraigada na rotina familiar em Papua Nova Guiné. As crianças crescem e tornam‐se imitadores dos comportamentos de seus pais. Elas não são somente testemunhas das boas ações de seus pais, mas também daquelas brutais e monstruosas.

Um dia fui a uma aldeia a visitar os enfermos. Tinha um homem com o braço inchado, quebrado e enfaixado. Perguntei‐lhe o que havia acontecido. Ele me disse que havia sido espancado pelo filho. É muito difícil romper uma corrente de violência, como também é difícil ajudar as vítimas da violência. Quando encontrei este homem, já estava há duas semanas a espera de uma visita médica. Ele tinha ido ao Hospital Geral de Wewak (principal hospital da nossa Província), mas quando chegou ali não tinha ninguém que pudesse ajudá‐lo: a cirurgiã que devia estar presente pegou alguns dias de descanso e ninguém sabia onde encontrá‐la. Trata‐se da irmã Joseph, de origem inglesa, da Congregação Passionista, médica e cirurgiã especializada. Ela é a pessoa que verdadeiramente leva em frente o hospital de Wewak. Ela não estaria atendendo no hospital pelas próximas duas semanas. O que quer dizer isso para um homem com o braço quebrado? Ele deveria esperar ainda duas semanas para que a irmã Joseph fizesse os procedimentos de cura do braço. Tenho medo de pensar o que acontecerá quando a irmã Joseph não trabalhar mais no hospital.

Tem muitas pessoas que vivem na floresta que não tem cobertura de uma assistência médica. É
difícil para eles vir ao hospital mais perto. Em geral, leva um dia ou mais para trazer uma pessoa
doente ao hospital. Se a pessoa está em situação grave, somente um milagre pode salvá‐la, mas se isso não acontece à morte é certa.

A poucos meses uma irmã das Irmãs do Espírito Santo, irmã Francisca, veio da Eslováquia para
Papua Nova Guiné para trabalhar num pequeno pronto socorro na floresta, perto do rio Sepik. Seu trabalho consistia em ajudar as outras irmãs de sua congregação a cuidar dos enfermos das aldeias pertencentes à estação católica de Timbunke. Numa quarta‐feira de cinzas, no final da tarde, irmã Francisca se sentiu mal. Depois de algumas horas teve um colapso e perdeu a consciência. As outras irmãs procuraram ajudá‐la, mas apesar da cultura médica delas não conseguiram fazer nada. Estavam impotentes. Não tinha como ajudá‐la. Também a idéia de transportá‐la ao hospital de Wewak parecia uma idéia fora da realidade, ou seja, fora do alcance delas para aquela situação grave. Timbunke não tem nenhuma estrada para a cidade. Para chegar ao hospital à única saída era pegar o barco a motor e seguir a corrente por cerca de 6 horas, mais umas 4 a 5 horas de carro. Quando escurece fazer isso é impossível. A jovem irmã de 24 anos morreu por causa de uma úlcera no estômago. Em um país civilizado a vida da irmã Francisca seria salva, coisa impossível ali. A impotência venceu mais uma vez.

Fatos como estes acima descritos não são excepcionais em Papua Nova Guiné e a nossa
realidade mostra que este país não é 100% um “Paraíso”. É um lugar onde emergem claramente a nossa impotência, deficiência, incapacidade; um lugar que sem o amor de Deus, a fé profunda e as orações que sustentam nossos benfeitores nós não conseguiremos resistir por muito tempo.
Porém, estamos neste país que ouviu falar de Jesus pela primeira vez há 120 anos atrás e
procuramos fazer o nosso melhor para sermos testemunhas do amor de Deus pelos outros.


Os primeiros missionários chegaram a Papua Nova Guiné em 1896. Se considerarmos as pequenas ilhas que agora pertencem ao território de Papua, devemos admitir que a primeira missa foi celebrada cerca de 30 anos antes de 1896,
em uma pequena ilha chamada Trobriand, mas oficialmente o início do trabalho missionário estável em Papua Nova Guiné data de 1896. Os seis missionários alemães da Congregação do
Verbo Divino chegaram à região setentrional (atualmente distrito da Diocese de Aitape) estabelecendo‐se na ilha de Tumleo. A chegada deles foi precedida de grandes preparativos. A pequena casa onde morariam e a igreja foram construídas pelos Irmãos Steyl. Eles também providenciaram alimentos, roupas, as sementes para cultivar verduras, as ferramentas para trabalhar a terra. Tudo foi trazido de navio
da Europa. O peso total da carga era de 50 toneladas. Um dos primeiros missionários escreveu
brincando com o seu superior que não tinha possibilidade de ofender o voto de pobreza. Depois
de 18 anos do início do trabalho missionário em Papua, o número de missionários chegou a 86,
mesmo tendo 27 deles morrido por complicações devido à malária e outras doenças tropicais e 30 padres ou irmãos doentes tendo retornado aos seus países de origem. Um passeio pelo cemitério de Alexishafen e Wirui nos ajuda a refletir como era difícil o trabalho missionário nos
anos de pioneirismo.

Este é o início do Cristianismo em Papua Nova Guiné. Mas como iniciou o trabalho dos
Palotinos em Papua?

Todo início é difícil, mas aceitar o desafio do desconhecido pode ser motivo de grande alegria. O desafio de anunciar a boa notícia em Papua Nova Guiné foi aceito dos Padres e Irmãos Palotinos em 1990. Raymond Kalisz SVD, bispo da Diocese de Wewak, pediu aos Palotinos que mandassem padres para a Província do leste de Sepik. Havia muitas paróquias sem padres e uma grande falta de padres que trabalhassem na diocese. O convite foi aceito e os dois primeiros Palotinos foram enviados à Papua Nova Guiné: Pe. Krzysztof Morka SAC e Pe. Marian
Wierzchowski SAC.
Ir. J. Namyślak, Pe. J. Bilik, Pe. L. Rykała, Pe. P. Kotecki,
Pe. G. Orsolin, Pe. D. Woźniak
Chegaram a Papua Nova Guiné cerca 100 anos depois do início do trabalho missionário neste país, mas isso não significava que depois de 100 anos de trabalho que o nosso fosse mais fácil. Eis os primeiros relatos dos missionários: “Em 30 de janeiro eu e Marian chegamos ao Porto moresby e pela primeira vez colocamos o pé na terra da Diocese de Wewak. Esta se tornou a terra prometida para nós, mandados por Deus para permanecer e trabalhar aqui (...). Estamos
sós aqui nesta terra estrangeira esperando ser sustentados por todas aquelas pessoas que prometeram rezar por nós (...). O que acontecerá somente Deus sabe. A nossa vida neste país será dedicada a descobrir os planos de Deus”.
Deus bendice o trabalho dos primeiros Palotinos e enviou mais sacerdotes e irmãos à Sua vinha plantada em Papua Nova Guiné: Pe. Andrzej Kozminski SAC e Pe. Piotr Czerwonka SAC (1991), Pe. Jerzy Suszko (30.05.1993), Pe. Jan Rykala SAC e Pe. Dariusz Wozniak SAC (01.11.1994), Pe. Jacek Bilik SAC (26.10.1996), Ir. Janusz Namyslak SAC (15.11.2002) e Pe. Pawel Kotecki SAC (4.11.2003). Houve então pedidos de dispensa da missão. As dispensas deram‐se por muitas razões, mas em grande parte foram por motivo de doenças. Alguns padres acima mencionados tornaram para a Polônia e iniciaram um trabalho pastoral ali ou em outros países. Atualmente somos 5 padres e 1 irmão que trabalham aqui em Papua Nova Guiné.Pe. G. Orsolin, Pe. J. Łuczak, Pe. P. Kotecki
Cada um de nós depois de ser introduzido no trabalho missionário e depois de fazer um curso
rápido de pidgin, começou o trabalho pastoral na paróquia compartilhando com as pessoas os
períodos bons, mas também os problemas e dificuldades, como enfrentar a solidão, lutar com os
pernilongos, matar cobras, lutar contra as crenças que ainda vivem o povo local, e aprender a
sobreviver na posição de quem não possui um carro... mas, tudo aquilo que fazemos, fazemos
como dizia São Vicente Pallotti: Ad Infinita Dei Gloria.

Os nossos corações estão cheios de alegria pelo trabalho pastoral que temos para desenvolver nas paróquias e pela oportunidade de ajudar os paroquianos em suas necessidades. Em Ulupu, onde Pe. Piotr Czerwonka é pároco, foi criada uma padaria na floresta. Um grupo de mulheres, viúvas e mães solteiras, se ocupam da padaria. Enfrentam muitas dificuldades para sustentar suas famílias. Para pagar a escola dos filhos, que não custa pouco (30 dólares para as primeiras séries do ensino fundamental cada ano e 650 dólares para as séries do ensino secundário) estas mulheres labutam muito. Todas as quintas‐feiras este grupo assa o pão que é vendido no mercado e permite de ganhar alguns trocados que ajuda as mães a pagar a mensalidade da escola das crianças. Mas para fazer este trabalho havia necessidade de um forno. Como transportar um na mata fechada? Para resolver o problema Pe. Piotr inventou um forno para a floresta. Para fazê‐lo ele usou tonéis de gasolina de 200 litros. Colocou estes tonéis em cima de tijolos e os cobriu com cimento para assegurar que o calor não saísse; colocou uma pequena porta em um dos fundos dos tonéis, ao passo que a fornalha foi colocada embaixo dos tonéis. Desta maneira Pe. Piotr e o grupo de mulheres podem desenvolver este extraordinário trabalho; todas as quintas‐feiras Pe. Piotr prepara pães frescos tão esperados por todos nós e que permite as mulheres pagar as taxas escolares.

As pessoas de Papua Nova Guiné são entusiastas em participar da organização das paróquias.
Elas colocam alma e coração quando preparam as atividades esportivas, piqueniques na praia e
trabalhos em pequenos grupos. Nos dias de festa as missas celebradas são cheias de danças
tradicionais que exprimem a alegria e felicidade deste povo. Jovens e crianças estão se
organizando em grupos, quais sejam: Antioquia, Juventude Católica, grupos musicais, jovens da
Legião de Maria. As crianças em geral freqüentam os cursos dominicais onde tem a oportunidade
conhecer e aprender sobre a fé católica. Os membros das escolas dominicais da paróquia Roma,
cujo pároco é Pe. Jacek, são maioria em relação aos membros das escolas dominicais das outras
paróquias. A cada domingo 600 crianças participam dos encontros para aprender alguma coisa
sobre Jesus e a Sua vida.


Os católicos em Papua Nova Guiné gostam muito de procissões. A distância destas procissões, que
freqüentemente é maior que 15 km, não os
desencorajam. As celebrações da sexta‐feira Santa preparada pela paróquia de Boran sempre se transformam em uma grande manifestação de fé. Não importa o tamanho: a Procissão de Via Crucis atrai o interesse de milhares de pessoas todos os anos.

O envolvimento dos paroquianos não seria possível se o pároco os tivesse abandonado. As paróquias são grandes e abrange muitas aldeias distantes da sede paroquial. O padre não consegue celebrar a missa em todas as aldeias que abrange a paróquia, todos os domingos. Por esta razão as “explorações”, isto é, as visitas do pároco as aldeias mais longínquas, são essenciais para a vida da paróquia. Freqüentemente não se consegue chegar a algumas aldeias de carro ou de moto. Tem somente um jeito: caminhar dezenas de quilômetros pela floresta. Geralmente estas explorações podem durar poucos dias ou algumas semanas. Durante estas visitas temos tempo para resolver os problemas da comunidade, para preparar Batismos, atender confissões, prepará‐los para a primeira comunhão e matrimônios. As pessoas que vivem nas aldeias são hospitaleiras e procuram fazer com que suas casas, feitas com materiais da floresta, sejam acolhedoras para o padre, compartilhando tudo aquilo que têm: alimentos saborosos (vermes que vivem nos troncos das palmas de sagu, filé de porco, cobra que tem o sabor de frango frito e batata doce que se assemelham as batatinhas vendidas nos fastfood). Quem está ali pode esquecer o banho nos banheiros modernos: somente o rio e os estoques de água estão a disposição.

Existem inúmeros exemplos que mostram a felicidade e alegria da vida missionária, como
também existem ainda muitos exemplos de desencorajamento. A pergunta sem resposta é: “Há
necessidade de mim aqui?”.

Um dos principais obstáculos que devemos superar é a barreira da crença ancestral,
profundamente enraizada. A espiritualidade dos habitantes de Papua Nova Guiné é eclética. A
crença deles parece a composição de dois elementos: a fé cristã, dominada das crenças ancestrais. Um bom exemplo pode ser o “sanguma”. Em pidgin a palavra “sanguma” quer dizer mágico, bruxo ou veneno. Quando ocorre uma morte imprevista na aldeia – especialmente a de um jovem – os habitantes interpretam esta morte como “saguma”. Todas as explicações dadas pelos médicos, de que a causa da morte pode ter sido por tuberculose, malaria ou AIDS, são inúteis para os familiares para os quais a causa da morte é somente uma “saguma”. A família procura o responsável pela morte, que pode ser até mesmo um da própria família ou um vizinho de outra aldeia. Qualquer que seja o resultado desta procura a sentença é sempre a mesma: morte. Em uma das aldeias da província de Chimbu, uma jovem morreu imprevistamente. Depois do funeral a família da jovem anunciou que uma senhora idosa de uma aldeia vizinha era a responsável pela morte de sua filha. A senhora idosa, que era manca, arbitrariamente condenada à morte, se refugiou junto aos seus familiares que viviam na cidade, esperando que com o passar dos anos a sentença seria esquecida. Depois de muitos anos ela retornou do exílio. A sentença não tinha sido esquecida. O seu corpo foi cortado com machado e facão e golpeado por uma lança.
Geralmente às quintas‐feiras, na prisão situada na paróquia de Boram, são ministradas as lições
de catequese. O pároco da paróquia de Boram estava entrando para ministrar as lições quando foi abordado pelo guarda do portão da entrada. O guarda contou ao pároco a história de um homem que tinha sido capturado e colocado na prisão. Este homem foi consultar um bruxo para pedir conselho do que ele deveria fazer para transformar‐se em um homem forte. O bruxo lhe disse que deveria matar seu filho caçula e comer suas vísceras. Ele o fez. Sacrificou a vida de seu filho para realizar um desejo ilusório de transformar‐se em um homem forte.

Outro grande obstáculo são as guerras tribais. Freqüentemente acontecem manifestações de
competição de prestígio, autoridade e intimidações uns com os outros. Também freqüentemente
ocorre derramamento de sangue. Recentemente duas aldeias fizeram guerra na paróquia de Roma. O motivo era um pedaço de terra, uma terra devastada, tapada de uma grama alta (kunai). Uma família havia plantado bananas, mas o proprietário da terra não gostou e cortou as bananeiras e o conflito começou a se agravar: discussões, rixas, etc. Um dia as partes se afrontaram com armas (roubadas da caserna da polícia ou feitas artesanalmente). Uma pessoa foi morta e outras seriamente feridas. O medo passou a reinar nas aldeias, as crianças ficavam fechadas dentro de casa em vez de irem à escola (os pais tinham medo que pudessem ser seqüestradas). A aldeia do homem que foi morto pediu um ressarcimento de 100.000 kina (cerca de 40.000 dólares). Mais cedo ou mais tarde, o dinheiro resolverá o problema. Mas quando a paz poderá reinar nas duas aldeias e seus habitantes se entender? É possível que isso
aconteça? A mentalidade de Papua Nova Guiné não conhece o significado da palavra “perdão”. Eventos como aqueles que aconteceram estão sempre vivos nas memórias das pessoas e
com o passar dos anos, as pessoas envolvidas na guerra ou nos episódios se tornam heróis. Esta guerra persiste até hoje e não apresenta sinais de que a agitação vá terminar logo.

Pe. Krzysztof Morka


Estas histórias narradas acima, alegres ou tétricas, aconteceram nas paróquias onde trabalham os Padres e Irmãos Palotinos. Esta é a nossa vida aqui, neste país chamado “Paraíso”. A nossa força e o nosso refúgio está em Deus e nas orações de todas aquelas pessoas que nos prometeram rezar por nós. Por favor, continuem a sustentar‐nos com as vossas orações e a vossa ajuda constante.

Agora trabalham em Papua Nuova Guiné os seguintes confrades palotinos: Pe. Bilik Jacek, Pe.
Kotecki Paweł, Pe. Morka Krzysztof, Ir. Namyślak Janusz, Pe. Rykała Jan e Pe. Woźniak Dariusz.

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