sábado, 14 de novembro de 2009

O FRUTO NA PERSEVERANÇA

Estamos a duas semanas do fim do ano litúrgico. Neste tempo que antecede à Solenidade de Cristo Rei do Universo (próxima semana) o nosso coração espontaneamente medita em uma virtude muito importante da vida cristã que é a perseverança, e mais do que isso, a perseverança final.O próprio Senhor disse: “…quem perseverar até ao fim será salvo.” (Mc 13,13) O próprio Senhor Jesus é o nosso modelo: “…sabendo Jesus que chegara a sua hora de passar deste mundo para o pai, tendo amado os seus que estavam no mundo, amou-os até o fim.” (Jo 13,1) Qual foi o fruto desta perseverança de Nosso Senhor? A segunda leitura nos diz: “Cristo, porém, depois de oferecer pelos pecados um único sacrifício, sentou-se para sempre à direita de Deus, esperando, por último, que os seus inimigos sejam postos como estrado dos seus pés. De facto, com uma só oferta, Ele tornou perfeitos para sempre os que são santificados.” (Hb 11,12-14) Também a perseverança de Cristo foi provada. Aos pés da Cruz seus inimigos diziam: “Salvou os outros e não pode salvar-se a si mesmo! Se é o rei de Israel, desça da cruz, e acreditaremos nele.” (Mt 27,42) Nosso Senhor não desceu da Cruz.

Simão Pedro, apesar dos seus bons propósitos, na hora da provação, negou o Senhor. Depois da Ressurreição, arrependido e perdoado por Jesus, confirmou os irmãos na fé, ou seja, ajudou a sustentar a sua perseverança: “Simão, Simão, olha que Satanás pediu para vos joeirar como trigo. Mas Eu roguei por ti, para que a tua fé não desapareça. E tu, uma vez convertido, fortalece os teus irmãos.» (Lc 22,31-32)

A primeira leitura do livro do profeta Daniel, que foi escrita em tempos difíceis para o povo de Israel, falava da recompensa daqueles que se mantiveram firmes até o fim: “Os que tiverem sido sensatos resplandecerão como a luminosidade do firmamento, e os que tiverem levado muitos aos caminhos da justiça brilharão como estrelas com um esplendor eterno.” (Dn 12,39) Mesmo que alguém já tenha ensinado a muitos os caminhos de Deus, nunca deve dar-se por satisfeito. Não esquecer o que Jesus diz no Evangelho de hoje: que durante os tempos difíceis que antecederão a sua volta “estrelas começarão a cair do céu” (Mc 13) - muitos bons decairão do seu estado. Sobre isso fala Santo Agostinho: “Cantemos Aleluia, ainda inseguros na terra, para podermos cantá-lo um dia em plena segurança no Céu. Mas porque estamos ainda inseguros? Não queres que me sinta inseguro quando leio: Porventura não é uma tentação a vida do homem sobre a terra? Não queres que me sinta inseguro quando me dizem: Vigiai e orai para não cairdes em tentação? Não queres que me sinta inseguro onde as tentações são tão frequentes que a própria oração nos obriga a repetir: Perdoai as nossas ofensas assim como nós perdoamos a quem nos tem ofendido? (…) e acrescenta imediatamente, por causa dos perigos futuros: Não nos deixeis cair em tentação. Como pode sentir-se bem o povo que clama juntamente comigo: Livrai-nos do mal? E contudo, irmãos, mesmo no meio destes males, cantemos Aleluia ao bom Deus que nos livra do mal. (…) (Santo Agostinho) (ver: http://www.diocesedecoimbra.pt/EDMS/ecos/ecos_xi_3.php)

Estamos a viver o Domingo dos seminários. Também para os nossos seminaristas recai a promessa do Senhor: “Os que tiverem sido sensatos resplandecerão como a luminosidade do firmamento, e os que tiverem levado muitos aos caminhos da justiça brilharão como estrelas com um esplendor eterno.” (Dn 12,39) Se para todos é necessária a virtude da perseverança, pode-se dizer que para os seminaristas ela é uma das principais, senão a principal virtude. São no mínimo cinco anos de preparação podendo chegar a mais de Dez em alguns lugares. Depois uma vida inteira que deve tender a identificar-se com o coração sacerdotal de Jesus. É o dia de rezarmos também por eles e de pedir ao Senhor da Messe, para eles, esta virtude tão importante: a perseverança.

Para as células de Evangelização.
Partilha alguma situação na tua vida onde se fez verdade a Palavra do Senhor: “E a (semente) que caiu em terra boa são aqueles que, tendo ouvido a palavra, com um coração bom e virtuoso, conservam-na e dão fruto com a sua perseverança.” (Lc 8,15)
Pe. Marcelo

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