sábado, 2 de janeiro de 2010

EPIFANIA DO SENHOR

Estamos ainda em tempo de Natal. Na pessoa dos Magos do Oriente que chegam guiados pela estrela para adorarem o Menino Jesus, a Santa Igreja sempre viu um prelúdio daquilo que seria sua vocação mais profunda: “Ser sacramento universal de salvação.” Como canta o Salmo de hoje: “Virão adorar-vos Senhor, todos os povos da terra.” (Salmo 72)São Vicente Pallotti, que viveu praticamente toda a sua vida na cidade de Roma, tomou contacto com padres e seminaristas que vinham de diversas partes do mundo, sentiu fortemente esta dimensão universal da salvação de Cristo. Provavelmente isso contribuiu para a inspiração que ele teve de promover, no seu tempo, um evento que denominou “Oitavário da Epifania”, que foi como que um “espectáculo” da Catolicidade da Igreja. Como? Na Igreja de Santo André Della Valle, uma das maiores de Roma, ele reuniu, durante cada dia da semana da Epifania do Senhor, um rito Católico com língua e costumes diferentes. Até o Santo Padre o Papa compareceu para celebrar o Oitavário, o que fez com que este se revestisse ainda mais de solenidade e exprimisse ainda mais o rosto maravilhoso da Santa Igreja, que não abrange somente uma língua ou uma cultura, mas todos os povos, acolhendo o que, em suas culturas é bom e belo e purificando aquilo que precisa ser transformado pelo Evangelho.

O Magos do oriente representam todos os povos pagãos que fazem um percurso de fé, desde a observação dos sinais de Deus nas criaturas, como foi o caso da estrela, passando pela Divina Revelação escrita e transmitida, até chegar ao Menino reclinado no colo de sua Mãe no qual reconhecem o Messias e Senhor. A postura comodista dos sábios e letrados nas Escrituras de Jerusalém também tem algo a dizer-nos. Eles sabiam muito bem onde deveria nascer Jesus, pois eram herdeiros das Escrituras: “E, reunindo todos os sumos sacerdotes e escribas do povo, perguntou-lhes onde devia nascer o Messias. Eles responderam: «Em Belém da Judeia, pois assim foi escrito pelo profeta: E tu, Belém, terra de Judá, de modo nenhum és a menor entre as principais cidades da Judeia; porque de ti vai sair o Príncipe que há-de apascentar o meu povo de Israel.” (Mt 2,4-6) Eles mais do que os Magos sabiam onde deveria nascer o Messias, mas não se dispuseram para ir adorá-lo. Nós que pertencemos a um país cristão e recebemos uma educação cristã devemos escutar com um santo temor as palavras que o próprio Jesus pronunciou a respeito de um pagão que manifestou grande fé Nele: “«Em verdade vos digo: Não encontrei ninguém em Israel com tão grande fé! Digo-vos que, do Oriente e do Ocidente, muitos virão sentar-se à mesa do banquete com Abraão, Isaac e Jacob, no Reino do Céu, ao passo que os filhos do Reino serão lançados nas trevas exteriores, onde haverá choro e ranger de dentes.»” (Mt 8,10-12)

Neste ano que se inicia queremos também nós fazer, como os Magos, um percurso de fé e dizer como eles: “Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-lo.» (Mt 2,2)

Sobre isso citando São Basílio dizia o saudoso João Paulo II: “Ao apenas verem a estrela, os magos sentiram uma grande alegria. Acolhamos também nós, em nosso coração, aquela grande alegria…. Adoremos o menino juntamente com os Magos….Deus, o Senhor, é a nossa luz.: não na forma de Deus para que a nossa debilidade se atemorize, mas na forma de servo, para trazer a liberdade àquele que jazia na escravidão. Quem teria uma alma tão insensível, tão ingrata, a ponto de não sentir alegria de exprimir com dons a própria exultação?... As estrelas se apresentam no céu, os Magos deixam o próprio país, a terra toda está recolhida numa gruta. Não haja ninguém que não leve algo, ninguém que não seja grato.’ Os Magos sejam para nós guia, para que o nosso quotidiano caminho tenha sempre como meta e como objectivo a Jesus, eterno Filho de Deus, e, no tempo, filho de Maria.”

Para as células de Evangelização:
Os Magos do Oriente vieram adorar o Menino. Que experiência tens de que, como os Magos, voltaste para casa mais contente e fortalecido depois de adorar o Senhor?
Pe. Marcelo

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