sábado, 21 de agosto de 2010

ENTRAR PELA PORTA ESTREITA

Seguindo para Jerusalém Jesus ensinava às multidões por onde passava dando-lhes suas últimas recomendações, visto que Jerusalém seria o ponto em que Ele, finalmente, coroaria a sua Missão de Salvador da humanidade. Alguém, então, fez a Ele uma pergunta que traduz o que todos nós também questionamos: quem se salvará; são poucos ou muitos os que se salvam; todos se salvarão? Jesus nem respondeu àquela pergunta, por isso, também nós, nunca iremos saber matematicamente o número de quem será salvo. No entanto, o Senhor nos deu um questionamento oportuno: “Fazei todo esforço possível para entrar pela porta estreita… muitos tentarão entrar e não conseguirão”. O que poderá isso significar para nós? Significa que a nossa adesão à salvação que Jesus veio nos dar, implica no nosso esforço em superar a inclinação para uma vida fácil, livre dos problemas e dos sacrifícios pessoais. Precisamos nos questionar em todas as vezes que queremos conseguir as coisas com muita facilidade, sem empenho próprio, adoptando o modelo que o mundo prega. Quando também voltados somente para nós, esquecemo-nos de que a justiça é o parâmetro que Deus definiu para chegarmos ao céu. A justiça que precisamos praticar requer uma vida de renúncia de nós mesmos (as), à vivência do amor, do perdão, da bondade, da partilha e da solidariedade. Mesmo que tenhamos pregado em Nome de Jesus ou que estejamos servindo no Seu Santuário, mesmo que nos achemos servos e servas fiéis, se não praticarmos a justiça, não teremos lugar à mesa do reino de Deus e poderemos estar equivocados (as) correndo o risco de não sermos reconhecidos pelo “dono da casa”. Consequentemente a porta estreita é a justiça (amor), que se traduz em humildade e serviço e na abstinência da nossa vontade própria, do domínio da nossa carne e de uma entrega absoluta ao Espírito Santo de Deus que nos conduz.


Certamente, é verdade que nós somos salvos e que não podemos fazer nada com as nossas próprias forças para merecer a salvação, mas esta não acontece sem a nossa fé que se traduz em obras, como uma atitude de pura passividade.

Não basta uma comunhão somente externa com ele, tê-lo conhecido, ter ouvido os seus ensinamentos, conhecer o Evangelho e o cristianismo. Pois, corremos o risco dele nos dizer: não sei de onde sois. Afastai-vos de mim todos vós que praticais a injustiça! Quem não se orienta pela vontade de Deus, quem rejeita conscientemente a comunhão com Deus, já excluiu a si mesmo da salvação. Esta sua decisão é respeitada e confirmada pelo Senhor. E seria triste chorar de desgosto e ranger os dentes de raiva por se dar conta do que foi perdido.

 Ninguém se iluda pensando ser membro da Igreja, ser baptizado, ser filho de Deus, pois o Senhor olha o coração. Sermos baptizados não é somente uma honra, mas é também um dever, uma responsabilidade imensa. Quantos pagãos, quantos ateus, quantos não-católicos, são mais generosos que nós! Quantos seriam melhores cristãos e melhores católicos que nós! Por isso mesmo, Jesus nos previne: Virão muitos do oriente e do ocidente, do norte e do sul, e tomarão lugar à mesa no Reino de Deus. E assim há últimos que serão primeiros, e primeiros que serão últimos”. Como os judeus, que eram primeiros e perderam a prioridade para nós, cristãos, assim também nós, apesar de cristãos, podemos perder a prioridade para os pagãos. Recordemos que ser cristão não é nunca, mera questão de tradição, de costume, mas é, antes de tudo, uma relação viva de amor e empenho sempre renovado em relação ao Senhor que nos chamou a segui-lo! Esse amor vivo e sempre renovado é a única garantia de receber a salvação, de encontrar a porta aberta – e a porta é o próprio Cristo!  

A boa notícia de Jesus contém algumas verdades incômodas. Mas, justo porque não nos esconde nada e exactamente porque manifesta a verdade completa, nos indica a verdadeira via para a felicidade plena. Aquilo que conta, enfim, é o empenho com o qual se vive a própria existência cristã, testemunhando a pertença a Cristo.

Jesus nos interpela. Pois para chegarmos Reino, à vida plena, à felicidade eterna, dom de Deus oferecido a todos, é preciso renunciar a uma vida baseada naqueles valores que nos tornam orgulhosos, egoístas, prepotentes, auto-suficientes, e seguir Jesus no seu caminho de amor, de entrega, de dom da vida.

                                                                              P. Luiz Maurício

Para as Células de Evangelização

Como está a sua justiça? – Você tem procurado o caminho mais fácil, que exige menos esforço ou você tem sido fiel à Palavra e aos ensinamentos de Jesus que nos manda amar ao próximo como a nós mesmos (as)?

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