sexta-feira, 6 de agosto de 2010

UMA GRANDE RIQUEZA DA IGREJA – A POBREZA EVANGÉLICA

Nesta semana que passou, no dia quatro, a igreja fez “memória” de um de seus grandes santos, São João Maria Vianney, o cura d’Ars, patrono dos padres, portanto dia dos padres. Qual a grande lição deste grande pastor para nós hoje? Porque um simples pároco de uma cidade tão pequena se faz tão grande para toda a Igreja? Sem dúvida é a sua disponibilidade total ao seu povo vivida através de sua opção pela vivência do conselho evangélico da pobreza, sem o qual não conseguiria viver esta disponibilidade total. E também a vivência da pobreza evangélica é sinal indubitável de uma grande fé em Deus e um sinal de uma vivência já no “mundo que virá” já neste mundo. A pobreza evangélica foi o “segredo” de sua grande santidade.


Primeiramente tendes o exemplo de pobreza, virtude pela qual o humilde cura d'Ars, se tornou digno émulo do patriarca de Assis, de quem foi, na Ordem Terceira, discípulo fiel. Rico para dar aos outros, mas pobre para si mesmo, viveu num total desprendimento dos bens deste mundo, e o seu coração verdadeiramente livre abria-se com generosidade a todos os que, afligidos por misérias materiais ou espirituais vinham até ele de toda a parte em busca de remédio. "O meu segredo é bem simples, dizia ele, é dar tudo e nada guardar". O seu desinteresse fazia-o atender a todos os pobres, sobretudo os da sua paróquia, aos quais testemunhava extrema delicadeza, tratando-os "com verdadeira ternura, com os maiores cuidados e até com respeito". Recomendava que nunca deixassem de ter atenções para com os pobres, porque tal falta recai sobre Deus; e, quando um miserável batia à sua porta, sentia-se feliz, ao recebê-lo, com bondade, por lhe poder dizer: "Sou pobre como vós; hoje sou um dos vossos!".  No fim da sua vida, comprazia-se em repetir: "Estou muito satisfeito; já não tenho nada de meu; Deus pode chamar-me quando quiser".

“Por isso, veneráveis irmãos, podereis compreender como, de todo o coração, exortamos nossos queridos filhos do sacerdócio católico, a meditar num tal exemplo de pobreza e caridade”. "A experiência quotidiana atesta - escrevia Pio XI, ao pensar no cura d'Ars - que a acção dos sacerdotes de vida modesta, os quais, segundo a doutrina evangélica, não procuram absolutamente seus próprios interesses, redunda em extraordinários benefícios para o povo cristão". E o mesmo Pontífice, considerando o estado da sociedade contemporânea, dirigia também aos padres este grave aviso: "Ao ver que os homens vendem e compram, tudo pelo dinheiro, os padres caminhem desinteressadamente pelos engodos do vício, e desprezando todo baixo desejo de ganhar, busquem almas e não dinheiro, a glória de Deus e não a sua!"

Jesus hoje nos fala justamente disso em seu Evangelho que só o desapego dos bens é que compromete o homem todo. Só o homem capaz de dar assim gratuitamente, sem protecção e sem hesitação, pode amar verdadeiramente e manter essa doação de si por amor fielmente por toda vida, não há portanto meios termos. Todo encontro humano autêntico se dá na pobreza, porque devemos saber esquecer-nos de nós e pôr-nos à parte, a fim de que o outro venha à nós verdadeiramente.

A pobreza evangélica voluntária não é tanto um programa de “justiça social” nem uma prática ascética, mas um ato de autêntica fé e amor.

Os pais de família não podem abraçar totalmente a pobreza evangélica, pois tem que lutar também por amor pela segurança e sustento de sua família. Mas podem vivê-la não colocando a busca riqueza e os bens como seus ideais de vida, no seu absoluto. Mas viver buscando em primeiro lugar viver o amor em suas famílias, que em suas famílias o amor sempre esteja acima dos bens materiais.

Pe. Luiz Maurício

Para as Células de Evangelização

Como tem sido a nossa vivência em família? Procuramos sempre fazer do amor o ponto central de nossas famílias?

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