quinta-feira, 31 de março de 2011

Apóstolos Hoje - Abril 2011

Deus, Amor Infinito
XIX Meditação
Temos a obrigação de nos aperfeiçoar meritoriamente a nós mesmos, enquanto somos viva imagem da santidade e da perfeição por essência.
Oração
Deus, Amor Infinito
venho hoje diante de Ti
com a consciência de ter cometido muitos erros,
mas também certo de ter feito muitas coisas boas.
Desejei sinceramente com perfeição seguir-te?
Verdadeiramente me esforcei em trilhar o caminho da santidade?
Agora, coloco em tuas mãos todas as coisas, todos os meus erros, todo meu sucesso.
Deus, tu és misericórdia infinita, sobre todos derramas a tua bênção e a tua bondade. Amém.
Meditação
Existe uma expressão no dialeto vêneto que soa mais ou menos assim: “santa polenta” e usa-se quando acontece alguma coisa que não se esperava ou algo especial. Certamente, porém, se adverte logo que polenta e santidade não são propriamente palavras ligadas entre si. E então perguntemo-nos: qual é o significado da palavra “santo”?
Antes de tudo pensemos assim: que coisa é particularmente para mim, santo?
O que quer dizer para mim ser santo para viver a santidade?
Provemos agora procurar palavras adaptadas que iniciam com as letras da palavra santidade...
(pausa para a reflexão)

S…
A…
N…
T…
I...
D...
A...
D…
E…
Em seu livro “Mês de Maio para os Leigos” São Vicente Pallotti escreve que "quando Jesus disse: ‘Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito’, ele desejava dar este preceito a todos" (OOCC XIII, 696); portanto, se somos discípulos de Jesus, se devemos ser seus seguidores no apostolado, então, também nós devemos procurar sermos perfeitos como perfeito é o Pai que está nos céus. A santidade de vida é para São Vicente um sinal seguro de eficácia apostólica. Todos nós podemos realmente viver uma vida de santidade, na imitação de Jesus Cristo, imagem vivente de Deus Pai e Apóstolo do Pai. O nosso Fundador aplica a si próprio e a sua própria vida as palavras de Jesus quando disse: "Quem acredita em mim, fará as obras que eu faço, e fará maiores do que estas…" (Jo 14, 12).  Crer em Jesus, isto é, amar Jesus, nos leva ao desejo de querer aprender d’Ele: e este é o desejo que nos faz sermos apóstolos; o apostolado, portanto, é ligado essencialmente à imitação de Jesus: "Para imitar nosso Senhor  devemos por primeiro ter o seu espírito. Isto significa que todas as ações ou os motivos interiores da nossa alma devem assemelhar-se àqueles de nosso Senhor Jesus Cristo, de modo a imitá-Lo honestamente nas obras exteriores que devem ser uma verdadeira expressão daquelas interiores"(OOCC III, 38).
Voltemos, agora, o nosso olhar e os nossos pensamentos para a XIX Meditação do livro “Deus, Amor Infinito”:
"Iluminado pela s. fé devo lembrar-me que pela divina misericórdia, sendo criado à imagem e semelhança de Deus, minha alma ainda é uma imagem viva da Santidade e da Perfeição por essência, já que Deus é a Santidade e a Perfeição por essência; Portanto, Deus, movido por seu Infinito Amor e por sua Infinita Misericórdia me criou tal que por natureza de criação me obrigou, ajudado pela sua graça a tirar proveito do livre arbítrio para aperfeiçoar sempre mais a mim mesmo enquanto eu sou uma viva imagem da Santidade e da Perfeição por essência e, portanto, nosso Senhor Jesus Cristo não fez um preceito novo, quando disse a todos: "Sede perfeitos como vosso Pai celeste é perfeito" (Mt 5, 48). [...] E quem poderia imaginar que Deus me criasse assim, que por natureza da criação fosse obrigado a tornar-me santo e perfeito e a cada instante sempre mais santo e perfeito, onde sempre mais me encontro próximo da Santidade e da Perfeição por essência se bem que não possa jamais compará-la;  e assim me criou Deus, que se eu não me torno santo e perfeito quanto posso em toda minha vida com a ajuda da sua graça, sou sempre, e opero sempre mais ou menos em contradição comigo mesmo porque sou viva imagem da Santidade e da Perfeição por essência".
São Vicente Pallotti nos mostra aqui a grande dimensão da nossa vida. Somos obrigados a procurar a santidade e a perfeição não porque assim nos vem ordenado ou mandado por Deus, mas porque se trata de um movimento que nasce da nossa própria natureza. Cada um de nós traz dentro si este "movimento" em direção à santidade e à perfeição, e cada um deve tornar-se disponível para realizá-lo. Por experiência, sabemos que relutamos em realizar ações más; e se sentimos que algo está errado em algumas das nossas atividades, entendemos que estamos  agindo contra nossa própria natureza. As ações que realizamos mostram ou refletem o que está dentro de nós; quando os nossos pensamentos, as nossas palavras, as nossas ações são em Deus, então isto significa que nós vivemos esta tríplice dimensão na qual nos santificamos e  nos tornamos mais perfeitos. Com São Vicente nos perguntemos: “Oh meu Deus! Quando eu vivi  em conformidade e em harmonia com sua vontade? E quando vivi em conformidade com todos os dons da natureza e da graça que me destes e me dás? "
Reflitamos em silêncio para respondermos estas perguntas.
Textos para a reflexão e a partilha:
É importante compartilhar nossas experiências com os outros. A Palavra de Deus na Bíblia nos ajuda a ampliar os nossos pensamentos. As seguintes passagens da S. Escritura podem ser usadas para partilhar com os demais:
Sl. 99; Sab.2,24-3, 15, Is 6; Lc 1:46-55; Mt 5,43-48, Ef. 4,317-24;
Rm 6,19-23; 1Pd. 1,13-25.
Oração final
Vicente Pallotti, como homem, partilhou das fraquezas de cada ser humano e tinha consciência de quão inadequado era diante de Jesus. Mas pela sua fé em Deus infinitamente misericordioso ele foi capaz de encontrar apoio e ajuda; e agora nos ensina que também nós temos sempre, em cada momento, em cada dia e em cada hora até o momento da morte a oportunidade de trilhar o caminho da perfeição e da santidade. Juntamente com o nosso Fundador e conscientes das nossas fragilidades, rezemos:
“Deus meu, Pai meu amorosíssimo, misericórdia infinita, santidade e perfeição eterna, infinita, imensa, incompreensível! Vós me criastes semelhante a Vós, para que, ao aperfeiçoar-me a mim mesmo, sendo imagem da vossa santidade e perfeição, chegasse, após a vida presente, a ser semelhante à vossa santidade e perfeição na glória por toda a eternidade. Dom incompreensível do vosso amor e da vossa misericórdia infinita, da qual eu não tirei proveito! Não vos tenho sido agradecido! Ao invés, abusei do vosso dom, agindo ao contrário! Pela vossa mesma infinita Misericórdia […] tenho firme, firmíssima confiança – creio-o com certeza - que agora mesmo, me dareis perfeita contrição dos meus pecados e graça eficaz. Dar-me-eis sempre graça para recomeçar uma vida santa e perfeita. Dar-me-eis tal fervor que seja não só capaz de reparar todas as deficiências passadas, mas possa também aperfeiçoar-me sempre mais como Vós quereis”.

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