Nosso Senhor diz no Evangelho de hoje: «Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre.” (Jo 11,25-26) Jesus chama-se a si mesmo de “Ressurreição e Vida”. E Jesus é ressurreição e vida na sua essência. Ou seja, por onde Jesus passa acontece sempre ressurreição e vida porque o agir segue o ser (agere sequitur esse). Assim como onde há luz do sol, há também o calor desta luz, assim também onde Jesus passa acontece ressurreição e vida. Compreende-se, desta forma a queixa de Nosso Senhor aos fariseus: “Vós, porém, não quereis vir a mim, para terdes a vida!” (Jo 5,40) Aqueles que de Jesus se aproximam, recebem dele a ressurreição para o seu corpo e a vida da graça para a sua alma.
Vemos isso claramente no Evangelho de hoje: “Eu sou a Ressurreição e a Vida. Quem crê em mim, mesmo que tenha morrido, viverá. E todo aquele que vive e crê em mim não morrerá para sempre. Crês nisto”? (Jo 11,25-26)
E a morte física, que é um facto inegável e que tanto intriga o género humano? Tanto Nosso Senhor Jesus Cristo como São Paulo chamam-na de “sono”. Por exemplo, no caso da morte de Lázaro, seu amigo, ele disse: “«O nosso amigo Lázaro está a dormir, mas Eu vou lá acordá-lo.» (Jo 10,11) No Evangelho da Ressurreição da Filha de Jairo: “«Porquê todo este alarido e tantas lamentações? A menina não morreu, está a dormir.» (Mc 5,39) São Paulo aos Tessalonicensses diz: “De facto, se acreditamos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também Deus reunirá com Jesus os que em Jesus adormeceram.” (1 Tess 4,14) Ou seja, a morte física, para quem está em na graça de Deus é algo que nem merece ter o nome de morte, mas de “sono”. O que, na Sagrada Escritura, é considerado mesmo como morte é a segunda morte. Dela fala o livro do Apocalipse de São João: “O que vencer receberá estas coisas como herança; Eu serei o seu Deus e ele será meu filho; mas os covardes, os infiéis, os depravados, os assassinos, os impúdicos, os feiticeiros, os idólatras e todos os mentirosos terão como herança o lago ardente de fogo e enxofre, o qual é a segunda morte.” (Ap 21,7)
Por outro lado, a vida neste mundo, com todas as consequências do pecado e as doenças físicas, podem ser consideradas como a tradição da Igreja reza na “Salve Rainha”, um “vale de lágrimas”. Assim o sentia o povo de Israel exilado (primeira leitura). O seu retorno à sua terra de Israel, por uma acção de Deus era considerada como uma ressurreição. Isto é uma Imagem da “pátria definitiva” a que Cristo conduz os seus eleitos.
Importa agora, viver na graça de Cristo e ter em si mesmo o princípio vital que nos levará, um dia, à ressurreição com Cristo que é a presença do Espírito Santo. Assim se refere São Paulo na segunda leitura: “E se o Espírito daquele que ressuscitou Jesus de entre os mortos habita em vós, Ele, que ressuscitou Cristo de entre os mortos, também dará vida aos vossos corpos mortais, por meio do seu Espírito que habita em vós”. (Rm 8,11) Viver na graça de Deus é participar da “primeira ressurreição”. Desta ressurreição fala Jesus a uma santa do século XX, de modo tão adequado a este nosso tempo de confissões quaresmais: “Escreve, fala da Minha Misericórdia. Diz às almas onde devem procurar consolos, isto é, no tribunal da Misericórdia, em que se dão os meus maiores prodígios, que se renovam sem cessar. Para obter este prodígio não é necessário empreender longa peregrinação, nem realizar exteriormente grande cerimonial; basta aproximar-se, com fé, dos pés do Meu representante e confessar-lhe a própria miséria: o milagre da misericórdia de Deus manifestar-se-á em toda a plenitude. Ainda que a alma esteja em decomposição – como um cadáver, e ainda que humanamente já não haja possibilidade de restauração e tudo se encontre perdido, as coisas não são assim para Deus. A maravilha da Misericórdia de Deus fará ressurgir a alma para a vida plena. Ó pobres, que não aproveitais esse milagre da Misericórdia! Clamareis em vão, pois já será tarde demais! (Diário de Santa Faustina 1448)
Para as Células:
Qual a diferença de um luto Cristão para o luto dos que não têm fé?
Pe. Marcelo
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