A Nova
Evangelização
à luz da
espiritualidade palotina
Inicio
esta contribuição sobre o tema da Nova Evangelização à luz da espiritualidade
palotina, confiando-me à intercessão de Maria, e assim compreender, no seu
caminho, o sentido mais profundo da vida de cada cristão e de toda a Igreja:
“As etapas do caminho de Maria
[...] são marcadas pela capacidade de manter um clima perseverante de
recolhimento, para meditar cada acontecimento no silêncio do seu Coração,
diante de Deus (cf. Lc 2, 19-51) e na meditação perante Deus, compreender
também a vontade de Deus e tornar-se capaz de a aceitar interiormente. A
presença da Mãe de Deus com os Onze, depois da Ascensão, não é então uma
simples anotação histórica de algo do passado, mas adquire um significado de
grande valor, porque com eles Ela partilha aquilo que há de mais precioso: a
memória viva de Jesus, na oração; compartilha esta missão de Jesus: conservar a
memória de Jesus e assim conservar a sua presença” (Bento XVI, Audiência Geral
de 14 de Março de 2012).
Também nas etapas do nosso caminho da União do Apostolado Católico, Deus nos chama para este mesmo alto
modelo. Confiemos à Maria todos os momentos de nossa vida para que possamos
conservar a presença de Jesus, como fez São Vicente Pallotti em toda sua vida.
Com
a ajuda do Espírito Santo nos muitos acontecimentos deste ano tão especial - Ano
da fé e rico de graças pelo jubileu da canonização do Fundador, fomos inseridos
sempre mais profundamente para a compreensão da plenitude da verdade deste Carisma
que, hoje mais do que nunca, na Igreja se chama comunhão, colaboração e
unidade.
Neste momento, é importante, na ótica da Nova
Evangelização, viver o Carisma palotino com um novo olhar sobre as coisas,
sobre os acontecimentos, sobre as situações e sobre nós mesmos. Isto é, ver a
plenitude do Carisma - como acontece com todos os Carismas na Igreja -
refletido no tempo em que estamos vivendo.
Como bem sabemos, aderir com a vida à vontade
de Deus significa realizar em nós uma dinâmica conversão, tendo sempre fixa em
nosso espírito a memória da história de de nossas comunidades, de nossos
grupos, como fez Maria. E a primeira memória é a vida do
nosso Santo Fundador. Ele, em um certo momento de sua vida perguntou a Deus:
“Meu
Deus, quem és Tu e quem sou eu? Quem sou eu diante de Ti? O que Tu queres que
eu seja diante de Ti?”
Estas
são perguntas que devemos meditar durante toda a nossa vida. Cada um de nós
deve perguntar-se e a resposta dependerá da nossa fé e da fé de todos aqueles
que pertencem à Igreja universal e, em particular, à família da UAC.
O nosso Fundador nos disse ainda:
"Buscai a Deus e O encontrareis;
procurai-O em tudo e O encontrareis em
tudo, procurai-O sempre e O encontrareis sempre”.
É
essencial para nós, chamados a sermos apóstolos neste tempo da nova
evangelização, vivermos esta ‘contemplação’: ver Deus sobretudo nos outros, venerando
neles a Sua Imagem, também quando essa Imagem é desfigurada pelo pecado ou
quando a ruptura entre o Evangelho e a vida parece insuperável.
A
vida de São Vicente Pallotti e todos os outros acontecimentos de nossas
histórias, inseridas naquela do desenvolvimento de toda a União, nos fazem compreender
que para evangelizar nos é pedido, neste tempo, ‘um mais’ a respeito da nossa
vida individual.
Aquele ‘mais’ significa sermos unidos e estarmos em
comunhão. Assim fazendo e sendo assim, realizaremos o testamento de Jesus: “Para que todos sejam um, assim como tu, Pai,
estás em mim e eu em ti, para que também eles estejam em nós e o mundo creia que
tu me enviaste” (cf. Jo 17, 21). Isto São Vicente desejou tanto - viver nas
ações e nas palavras: “um só rebanho e um
só pastor”.
Mas
este "mais", esta comunhão poderá ser realizada em nós através de uma
graça especial do Pai, se encontrar, porém, uma particular disposição em nós. E
a disposição, isto é, a condição essencial é esta: viver entre nós o
substancial constitutivo de toda a União do Apostolado Católico e da Igreja, a
caridade: "Amai-vos uns aos outros
como eu vos amei" (Jo 15, 12). A caridade recíproca é o fundamento da espiritualidade palotina - "Deus
amou de tal maneira o mundo que deu o seu Filho único" (Jo 3, 16).
E
amar uns aos outros não somente como amigos ou porque estamos de acordo ou
porque trabalhamos em projetos comuns, mas amar-nos como Jesus nos amou, até o
ponto de sermos capazes de doar a vida um
pelo outro. Na comunhão de amor mútuo, o próprio Jesus tornar-se-à então através
de nós o Evangelizador, o Apóstolo.
Como
afirmava o Papa João Paulo II na Christifideles
Laici, 'nova evangelização' quer dizer portanto refazer o tecido cristão da
sociedade humana, refazendo o tecido das próprias comunidades cristãs; quer
dizer ajudar a Igreja a continuar a estar presente "no meio das casas de seus
filhos e filhas" (Christifideles Laici
34, 26) para animar a vida e direcioná-la ao Reino que vem.
Para reflexão pessoal / Comunitária:
1.
“Depois, subiu ao monte e chamou os que ele quis [...] para ficar em sua companhia e para enviá-los
a pregar” (Mc 3, 13-15). Podemos transmitir o Evangelho sem
ter feito a experiência fundamental de “estar” com Jesus? O que significa “estar”
com Ele?
2. Na “Lineamenta” do
Sínodo encontramos: “nova vangelização” significa ter a audácia de levar a pergunta
sobre Deus para dentro dos problemas do mundo, realizando
o específico da missão da Igreja. Como podemos realizar isto, a partir das
raízes do Carisma palotino?
3. “É urgente, sem dúvida,
refazer em toda a parte o tecido cristão da sociedade humana. Mas, a condição é
a de se refazer o tecido cristão das
próprias comunidades eclesiais” (Christifideles
Laici, 34). Qual é o “tecido” específico da União do
Apostolado Católico?
Oração:
Deus, Pai de misericórdia, dá que possamos viver este
tempo de júbilo, com espírito de gratidão, humildade e oração, a fim de que o
nosso coração seja plenificado pela tua graça, rica de misericórdia e de
bênção.
Concede-nos imitar Jesus Apóstolo a exemplo de São
Vicente Pallotti: reavivando em nós a Fé, fortalecendo em nós a Esperança,
reacendendo em nós a Caridade, para propagá-las em todo o mundo.
Neste tempo de renovação espiritual e apostólica,
desejamos viver uma profunda experiência de Deus, na qual a tua Palavra seja
luz e guia aos nossos passos, e a
Eucaristia, o alimento de nosso espírito, para sermos autênticos discípulos
missionários de Cristo. Amém.
(da Oração para
o Jubileu de Canonização de São Vicente Pallotti)
Donatella Acerbi, Roma
Nenhum comentário:
Postar um comentário