Hoje, no monte Tabor, mostrando a sua glória e o como era bom estar naquele lugar, Nosso Senhor prepara os Apóstolos para um ouro monte: o monte Calvário. Isso para que eles não perdessem a fé diante de um Jesus não transfigurado, mas desfigurado, que perdera a aparência humana por causa do sofrimento. Nosso Senhor mandou que eles contassem este facto aos outros só após a ressurreição, como modo de confirmar a fé pascal dos discípulos. Pedro realmente fê-lo: “De facto, demo-vos a conhecer o poder e a vinda de Nosso Senhor Jesus Cristo, não por havermos ido atrás de fábulas engenhosas, mas por termos sido testemunhas oculares da sua majestade. Com efeito, Ele foi honrado e glorificado por Deus Pai, quando a excelsa Glória lhe dirigiu esta voz: Este é o meu Filho, o meu muito Amado, em quem Eu pus o meu encanto. E esta voz, vinda do Céu, nós mesmos a ouvimos quando estávamos com Ele na montanha santa.” (2Pe 1,16-18)
No entanto, aquele momento tão forte de oração no Tabor não dizia respeito somente a um futuro remoto, como sinal da Ressurreição, mas era fonte de forças para um presente muito concreto, para o dia-a-dia que deviam viver. Ao descer do Monte Tabor, Nosso Senhor, Pedro, Tiago e João deparam-se com os outros discípulos em dificuldade: a possessão de um jovem. Um pai desesperado apresentara o caso aos discípulos e eles não foram capazes de solucioná-lo. Jesus censurou-lhes a falta de fé: «Ó geração incrédula, até quando estarei convosco? Até quando vos hei-de suportar? Trazei-mo cá.» (Mc 9,19)…. Jesus libertou o jovem e quando estavam a sós, explicou-lhes o facto: “Quando Jesus entrou em casa, os discípulos perguntaram-lhe em particular: «Porque é que nós não pudemos expulsá-lo?» Respondeu: «Esta casta de espíritos só pode ser expulsa à força de oração.»” (Mc 9,28-29)
Aqui em Portugal Nosso Senhor também quis erguer um Tabor de oração. Não mais Pedro, Tiago e João, mas Francisco, Jacinta e Lúcia viram algo do Céu ainda em vida. Assim Relatou Lúcia: “Foi no momento em que disse essas últimas palavras que Nossa Senhora abriu as mãos e comunicou-nos pela segunda vez o reflexo dessa luz imensa. Nela nos víamos como que submergidos em Deus. A Jacinta e o Francisco pareciam estar na parte dessa luz que se elevava para o Céu e eu, na que se aspergia sobre a terra.” Aqui em Fátima, durante todos e cada um dos seis meses em que apareceu, Nossa Senhora repetiu este pedido: “Rezem o terço todos os dias para alcançarem a paz para o mundo…” Este pedido, pela sua insistência, demonstra a angústia de seu coração materno. Aqui também o apelo à oração faz eco às palavras de Jesus: «Esta casta de espíritos só pode ser expulsa à força de oração.»” (Mc 9,28-29)
Hoje, dia 08 de Março é o dia internacional da mulher. Olhando para Nossa Senhora, contemplamos a altíssima dignidade à qual Nosso Senhor elevou cada homem e mulher. Sobre isso escreveu o nosso saudoso João Paulo II na sua Carta “Mulieris Dignitatem”: “Assim a « plenitude dos tempos » manifesta a extraordinária dignidade da « mulher ». Esta dignidade consiste, por um lado, na elevação sobrenatural à união com Deus, em Jesus Cristo, que determina a profundíssima finalidade da existência de todo homem, tanto na terra, como na eternidade. Deste ponto de vista, a « mulher » é a representante e o arquétipo de todo o gênero humano: representa a humanidade que pertence a todos os seres humanos, quer homens quer mulheres. Por outro lado, porém, o evento de Nazaré põe em relevo uma forma de união com o Deus vivo que pode pertencer somente à « mulher », Maria: a união entre mãe e filho. A Virgem de Nazaré torna-se, de facto, a Mãe de Deus.” (M. D. nº 4) Nunca como em nossos dias, as mulheres tiveram tanta influência na sociedade. Ao par deste protagonismo jamais existido, vemos vários ataques à sua dignidade quais sejam a violência familiar e a instrumentalização da figura feminina pelos meios de comunicação, fazendo “cascas” e caricaturas de mulheres. Devemos em meio a esses atentados, elevar o nosso olhar a Nossa Senhora, Mulher vestida de sol e nesta quaresma, escutar os seus apelos maternos, que no fundo são o nosso chamamento neste tempo forte: Oração, penitência e caridade.
Para as células de Evangelização:
Abraão sobre o monte, não precisou sacrificar o seu filho Isaac. Esta prova foi sinal do futuro sacrifício de Cristo por nós. Porém, ele sacrificou a sua vontade, provando querer fazer em tudo a vontade de Deus.
Como essa disposição de fazer a vontade de Deus e dos outros, sem insistir tanto na própria vontade, pode influenciar as nossas famílias, ou seja , homens e mulheres vivendo em sadia convivência?
Pe. Marcelo
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