terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Apóstolos Hoje - Fevereiro 2011

São Vicente Pallotti – “Deus, o Amor Infinito”

Da obrigação que temos de aperfeiçoar nós mesmos meritoriamente enquanto somos viva imagine da Misericórdia por essência
Meditação XVII

ORAÇÃO INTRODUTIVA

Deus, Pai Misericordioso, que revelou o Seu amor em Seu Filho, Jesus Cristo, e o versou sobre nós no Espírito Santo, Consolador, Vos confiamos agora o destino do mundo e de cada ser humano. Inclinai-vos sobre nós pecadores, cure nossa fraqueza, vença o mal, permita a todos os habitantes da terra de provar a Sua misericórdia e poder sempre encontrar em Vós, Deus Uno e Trino, a fonte da esperança. Pai pré-eterno, pela dolorosa pena e pela ressurreição de Seu Filho, tenha misericórdia de nós e de todo o mundo (Ato de entrega do mundo à Misericórdia de Deus).

MEDITAÇÃO
Deus é Misericórdia. Misericórdia “eterna, infinita, imensa e incompreensível”. Deus, em sua misericórdia, nos criou à sua Imagem e Semelhança – e nos criou pessoas misericordiosas. 
Poder amar com misericórdia não um mérito nosso! É um “preciosismo dom” dado a nós por Deus. Porém somos responsáveis por tudo aquilo que fazemos mediante este dom majestoso e tremendo. Somos chamados a cuidá-lo, desenvolvê-lo e fazê-lo crescer no exercício de nossa vontade, aquela que nos foi dada por Deus, aproveitando de sua graça. 
O desejo de Deus é que sejamos redimidos. Ele quer nos mostrar a Sua Misericórdia depois da morte e é por isto que nos criou capazes de amar com um amor misericordioso (caritas): “Bem-aventurados os misericordiosos porque encontrarão misericórdia”; ou seja, bem-aventurados aqueles que são misericordiosos com os outros, pois Deus usará de sua misericórdia! (Mt 5,7). Em outro trecho do Evangelho, lemos a descrição do Juízo Final: “Venham, benditos de meu Pai, recebam a herança do Reino (…)! Porque eu tive fome, e me destes de comer; tive sede e me destes de beber; era um estrangeiro e me hospedastes; nu e me vestistes; doente e me visitastes; preso e vieram a me encontrar” (Mt 25, 34-36). Nós poderíamos parafrasear estes versículos assim: ‘Venham, vós que sois benditos de meu Pai! Venham possuir o Reino (...), pois fostes misericordiosos’. 
E é por isto que São Vicente escreveu que cada um de nós tem a obrigação “segundo o quanto posso em meu estado, grau de instrução, condição, e com todos os meios que são em meu poder; devo em toda a minha vida ocupar-me no exercício de todas as obras de misericórdia corporais e espirituais”.  
O Catecismo da Igreja Católica nos ensina que as obras de misericórdia “são as ações de caridade com as quais socorremos o nosso próximo em suas necessidades corporais e espirituais. Instruir, aconselhar, consolar, confortar são obras de misericórdia espirituais, como também perdoar e suportar com paciência. As obras de misericórdia corporais consistem, realmente em dar de comer a quem tem fome, em hospedar os sem-teto, em vestir aos que tem necessidade de vestes, em visitar os doentes e presos, em sepultar os mortos. Entre estas obras, dar esmolas aos pobres é uma das principais testemunhas de caridade fraterna...” (CIC 2447). 
Oferecer uma ajuda econômica aos pobres sempre foi e sempre será um elemento importante ao cumprir o Mandamento do Amor. Atualmente, com tantos programas de assistência social eficientes e com várias organizações de caridade, albergues noturnos para os sem-teto, refeitórios populares... vale a pena refletir sobre como poderemos exercitar as obras de misericórdia para com nossos irmãos e irmãs necessitados. Não podemos ignorá-los deixando-os sem ajuda. O modo como realizar esta ajuda é algo para se discernir pessoalmente guiados pela própria consciência. Poderíamos ajudá-los, portanto, através do recolhimento de alimentos, de doações às instituições de caridade ou mesmo ajudando diretamente a um mendigo.
Ainda, sempre temos encontrado tantas pessoas pobres, não de uma pobreza econômica, mas que também deveríamos pensar em como ajudá-las. 
PONTOS PARA REFLEXÃO:
Podemos chamar “sem-teto” também aqueles que, por um motivo ou outro, não podem encontrar ou não podem formar “um lar, uma casa”; são aqueles que não podem sustentar relações duráveis no tempo. Outros ainda que se sentem intimidados, que não têm um apoio, e outros a quem lhes falta uma família e amigos.
Encontramos tantas pessoas “nuas”. Pessoas cuja dignidade lhe foi arrancada, talvez por não gozarem de um bom nome ou porque têm pouco amor próprio... talvez em sua intimidade e em seus segredos, foram traídos. 
Sepultamos os mortos sem o respeito devido. Qualquer pessoa merece uma sepultura digna, sem levar em conta se fizeram o bem ou não, durante sua vida. Todos são dignos de uma sepultura porque são filhos de Deus, criaturas de Deus.
Em 1835, quando o nosso fundador Vicente Pallotti recebeu o carisma da União do Apostolado Católico, ele escreveu que deveria ser “uma multíplice instituição” e que o terceiro objetivo era “uma instituição de caridade universal para o exercício de todas as Obras de Misericórdia espirituais e corporais, para que, de um modo maior, Deus seja conhecido no homem, já que Deus é caridade infinita.” (OOCC X, 199).
TESTEMUNHO DA VIDA DE SÃO ALBERT CHMIELOWSKI:
“O Irmão Albert Chmielowski era um homem dotado de uma natureza rica de talentos.
Tinha todas as condições de um grande pintor e foi mesmo apreciado por grandes maestros do pincel, sendo reconhecido em seu país como um representante da arte mais elevada. Sabemos que era muito ‘rico’ pois não se preservava a si mesmo. Ele mesmo o provou, participando à Insurreição de Janeiro, quando tinha apenas 20 anos. Por amor à Pátria ‘jogou tudo em uma só carta’. Este amor lhe deixou com um estigma permanente: faltava-lhe uma perna, e por isso portava uma prótese (...) O Irmão Alberto é exemplo incomparável para nós. Ele não tinha reservas materiais, não tinha dinheiro, não tinha nenhuma instituição, assim, decidiu dar a si mesmo! Deus lhe colocou à sua frente um homem ajoelhado, totalmente desacreditado, para que se desse a ele totalmente. E assim fez até o fim de sua vida, dando sempre o melhor de si como sinal de sua fé e de seu amor. Esta expressão de seu amor e de sua fé é inestimável para nós e para Deus. Temos necessidade que nossa sociedade se transforme mais sensível às pessoas, às suas necessidades, à suas misérias e sofrimento; uma sociedade cuja pessoas são prontas a testemunhar com as mãos vazias mas com o coração pleno, pois este dom vale muito mais que mãos cheias e meios abundantes! ‘De todas, a maior é a caridade.” (Liturgia das Horas III, pág. 1242, texto em polonês).

ORAÇÃO

  1. Oremos pela União do Apostolado Católico para que seja uma escola de Amor Misericordioso para seus membros e seus colaboradores.
  2. Oremos pelas pessoas necessitadas de ajuda e de sustento, para que a recebam desinteressadamente, e para que possam aceitá-la com gratidão e usá-la de modo apropriado.
OREMOS JUNTOS A SÃO VICENTE PALLOTTI:
“Meu Deus, meu Pai, Amor Infinito de minha alma, Misericórdia eterna, infinita, incompreensível, imensa... tenho firme certeza que já agora me concedeste a dor perfeita de todos os meus pecados, e da minha sempre repreensível ingratidão; me destes a graça de ter sempre uma vida ocupada no perfeito exercício de todas as obras de misericórdia corporais e espirituais, para que mais me aperfeiçoe no meu ser viva imagem da vossa Misericórdia... na glória para toda a eternidade.”  (Meditação XVII, “Deus, o Amor Infinito”)

Nenhum comentário: