O tempo litúrgico na Igreja é simplesmente um momento do grande ano da redenção inaugurada por Cristo ( Lc 4,19-21 ). O culto da Igreja nasceu da Páscoa e para celebrar a Páscoa. É neste núcleo fundamental da nossa fé que o Ano Litúrgico tem sua origem. Cada celebração litúrgica é memorial de um único Mistério que assumo cor e forma diferente de acordo com a particularidade do Tempo Litúrgico e da comunidade que o celebra.
A formação do Ano Litúrgico
A Igreja “anuncia” na pregação “todo o Mistério de Cristo” e, na liturgia celebra-o com santa memória. Desta sorte tornam-se presente hoje as insondáveis riquezas de Cristo (Ef 3,8s). O Ano Litúrgico não se desdobra em meses, mas em “períodos” distintos entre si por uma especial realização com diversos momentos do Mistério de Cristo, que tem sua fonte e seu vértice no Mistério Pascal. São, pois, cinco tempos em ordem progressiva: Advento e Natal; Quaresma e Páscoa; Tempo Comum.
Os Tempos Litúrgicos
Tempo do Advento: O tempo do advento abre para a Igreja a grande celebração da manifestação do Salvador em nossa humanidade. Embora o mistério da encarnação tenha sua expressão celebrativa maior nas festas do natal e da epifania, é todo o ciclo do natal (que vai do 1o domingo do advento até a festa do batismo do Senhor) que celebra a vinda do Salvador.
O advento celebra a vinda fazendo memória das grandes promessas de Deus, vendo na espera do povo antigo a nossa espera, mas já realizada em Jesus. Em cada advento celebramos Aquele que veio, mas esperando ver no tempo presente, a sua concreta manifestação. O Advento é um tempo de preparação com dupla característica: recorda a primeira vinda do Filho de Deus à humanidade e prenuncia a segunda vinda na glória. È tempo de espera ativa, de desejo, de oração, de evangelização e de alegria.
Tempo do natal: O Natal é um tempo de alegre contemplação do mistério da Encarnação do Filho de Deus. As festas do natal e da epifania, de acordo com a mais antiga tradição, celebram aspectos diferente de um mesmo mistério: a vinda do Salvador, que armou sua tenda entre nós. A tenda do Êxodo, sinal da morada de Deus na caminhada do povo, se fez realidade na vida de Jesus, que se fez humano. São festas das luzes, porque proclamam Jesus Cristo como Salvador, Sol do nosso Deus que nos veio visitar. Pela liturgia do natal, adoramos o Verbo que se fez carne e habitou entre nós, assumindo em tudo a nossa condição.
Ciclo da Páscoa: No ciclo da páscoa, somos convidados a reviver a caminhada pascal do Senhor Jesus. A força do Espírito Santo nos enche de alegria para cantarmos a vitória enquanto lutamos. Este ciclo engloba quaresma, festas pascais e tempo pascal até pentecostes inclusive.
Os cinqüenta dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes sejam celebrados com alegria e exultação, como se fosse um só dia de festa, ou melhor, como um grande domingo (As introduções gerais dos livros litúrgicos, Paulus, p.215 n°22). A Vigília pascal, na noite santa em que o Senhor ressuscitou, seja considerada a mãe de todas as vigílias na qual a Igreja espera velando, a Ressurreição de Cristo e a celebra nos sacramentos.
Tempo da páscoa: A Páscoa é o vértice do ano litúrgico, do qual todas as outras partes recebem sua eficácia de salvação; é a realização da redenção da humanidade e da perfeita glorificação de Deus; a destruição do pecado e da morte, comunicação de ressurreição e vida (Missal Cotidiano p.6). A festa da páscoa é memorial do dia em que o Pai tirou Jesus do túmulo, da morte, e o exaltou Senhor dos vivos e dos mortos.
Quaresma: A Quaresma é um tempo de preparação que visa guiar a mais intensa e gradual participação no Mistério Pascal. A quaresma é um tempo de intensificar, pela oração, a esmola e o jejum e a relação com Deus. Neste tempo, ressaltamos a caminhada quaresmal cujo sentido é: esperar na ‘alegria’ a santa Páscoa.
Tempo comum: O tempo comum ocupa a maior parte dos nossos dias. São 33 a 34 semanas, distribuídas entre dois ciclos especiais do ano litúrgico: o natal e a páscoa. Ocupa praticamente a metade do ano, com algumas semanas entre o natal e quaresma, e a parte mais longa depois de pentecostes até a festa de Cristo Rei, que marca o fim do Ano Litúrgico. A espiritualidade do tempo comum nos ajuda a descobrir o dia-a-dia como tempo de salvação, conforme a promessa do Senhor: estarei convosco todos os dias (Mt 28,20).O tempo comum é a sucessão das semanas, tendo o domingo como o dia maior que congrega a comunidade em torno da Palavra e da Ceia.
Nesta perspectiva é proposto para a realização do XXI festival de musica palotina o tema: Liturgia, tempo de esperança, oração e alegria. O objetivo pelo qual estamos dando preferência a este tema, está fundamentado na baixa produção de músicas litúrgicas que condizem com aquilo que estamos celebrando. Além disso, será um incentivo para que nossos músicos elaborem letras para servirem na liturgia.
São Vicente Pallotti sempre foi um homem fascinado pela Eucaristia. Nela, ele contempla Deus que se torna nosso alimento. Na celebração Eucarística, Pallotti descobriu que não está somente a pessoa do Verbo encarnado, mas está presente também o Pai e o Espírito Santo. No dia 09 de Janeiro de 1835, justamente após uma celebração Eucarística numa sexta-feira, lhe vem em mente a inspiração da UAC. Neste dia Pallotti reconhece a grandeza de Deus e o seu nada. A eucaristia se torna imagem incompreensível e infinita do amor e da misericórdia de Cristo.
Nosso lema por tanto será: Eucaristia, imagem do amor infinito de Deus.
Já que o tema e o lema foram decididos, segue-se abaixo algumas normas de composição.
1. As letras das músicas deverão acompanhar o momento específico da liturgia (missa).
2. Cada participante será livre em redigir sua letra dentro dos seguintes quesitos: canto de entrada, ato penitencial, glória, evangelho, ofertório, santo e comunhão.
3. Cada banda deverá deixar claro que sua música é própria do tempo do advento, natal, comum, quaresma e páscoa, seguindo é claro, a norma anterior.
4. Somente uma banda poderá representar a paróquia. Se nela houver mais de uma banda interessada, que seja realizado um pré-festival. OBS: as capelas pertencem a paróquia, não será permitido uma banda da matriz e uma da capela, por isso a realização de um pré-festival.
5. Letra e música deverão ser enviadas previamente para a produção de um CD que será entregue a todos os participantes.
6. Deverá ser informado o nome do (s) componente (s) da banda.
7. OBS: na Liturgia da Missa existem partes fixas que nós não podemos alterar, por isso, recomendo uma observação ao canto de ato penitencial ( Senhor tende piedade de nós...Cristo... Senhor....), glória e santo. Estas partes fixas não podem sofrer grandes mudanças em seu texto. O mesmo vale para o “Cordeiro e Pai Nosso”, mas estes cânticos não são o nosso foco no festival.
8. No festival será oferecido um almoço com um preço acessível a todos.
Canto litúrgico
A música, para ser litúrgica, deve necessariamente estar ligada à ação litúrgica. A ação litúrgica no caso das missas, são as diferentes ações que se realizam para celebrar o mistério de Deus em Cristo. A música é a alma litúrgica. Ela é apropriada a liturgia quando está mais intimamente integrada a ação litúrgica e ao momento ritual a que ela se destina.
Uma autêntica celebração exige também que se observe exatamente o sentido e a natureza próprios da cada parte e de cada tempo. Quanto mais gerias forem os textos dos cantos e menos ligados a ação litúrgica ou ao tempo e a festa, tanto menos litúrgicos serão eles, pois o importante é cantar a liturgia e não simplesmente cantar na liturgia, como tantas vezes acontece.
Uma música litúrgica na medida em que expressa o mistério de Deus celebrado em cada uma das ações, sem esquecer também do tempo em que estamos ( tempo do advento, natal, quaresma, páscoa e comum ).
O canto litúrgico é eucarístico no sentido de ter o caráter de ação de graças. Toda expressão litúrgica tem caráter eucarístico, de ação de graças. O canto litúrgico proclama as maravilhas de Deus na História da Salvação. Por isso, ele sempre está relacionado com os textos bíblicos. No canto litúrgico não há lugar para mero sentimentalismo religioso, show artístico ou exibição.
Nos ritos iniciais a música deve expressar, de alguma maneira, o Deus que nos reúne e nos prepara para ouvir a sua Palavra e participar da sua Ceia. Toda a assembléia, unida em uma só voz, canta a alegria festiva de reunir-se como irmãos em torno de Cristo. Esta canção deve deixar claro, para toda a assembléia que festa ou mistério do Tempo Litúrgico iremos celebrar.
No ato penitencial aclamamos a Cristo como nosso Senhor e lhe pedimos perdão. É um canto de repouso. Trata-se de um canto em que os fiéis aclamam o Senhor e imploram a sua misericórdia ( IGMR n° 30 ).
O canto do glória ou hino de louvor, é um canto pascal que surgiu nas Igrejas do Oriente, no contexto do louvor matinal. O Glória é um canto de alegria, o canto que os anjos e pastores cantaram para saldar o nascimento do Redentor.
O canto de Aclamação ao Evangelho é um canto de aleluia (o aleluia expressa a alegria da ressurreição ), e durante o tempo da quaresma ele se ausenta para expressar a espera orante do grande libertador que na festa da Vigília Pascal retorna com uma “Grande Aclamação”.
No ofertório, a música que acompanhar a ação litúrgica deve expressar o mistério de Deus que nos reúne em torno da sua mesa para celebrar a Eucaristia e, ao mesmo tempo, o mistério da assembléia que se coloca como oferta para Deus. O canto do ofertório, portanto, deve criar um ambiente de alegria, partilha e de louvor.
No canto do Santo toda a assembléia se une aos anjos e santos, para proclamar as maravilhas do Deus Uno e Trino.
Na comunhão, a música deve expressar o mistério de Deus que entra em comunhão conosco, para entrarmos também nós em comunhão uns com os outros. È importante que, no momento da partilha do Corpo e do Sangue do Senhor, se evite a entoar qualquer tipo de canto. O canto de Comunhão deve expressar a eclesialidade da assembléia celebrante, pois esta também constitui verdadeiro sinal sacramental do corpo místico de Cristo, a Igreja.
Os músicos devem na sua função, ter o esforço em cantar na liturgia com a assembléia e não cantar para a liturgia e para a assembléia. Nós músicos somos uma assembléia orante.
Que Deus abençoe a todos e esperamos que este festival seja para nós um motivo de glorificarmos a Deus que é Pai, Filho e Espírito Santo.
Nosso festival será realizado dia 07 de setembro no Colégio Municipal Alberto Monteiro Barbosa situado a Rua Osvaldo Aranha, 275 Centro- Cachoeiras de Macacu-RJ. Nossa programação terá o seu início com a celebração Eucarística as 9:00h da manhã.
O nome da banda ou ministério da paróquia deve ser previamente comunicado como também o nome dos participantes e o envio da gravação de áudio e letra até o dia 17 de agosto. Se houver algum contratempo entre em contato conosco. Traga o maior número de jovens e participantes da sua paróquia. Qualquer dúvida, entre em contato.
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