Na Ladainha de Nossa Senhora nós rezamos: Arca da Aliança, rogai por nós. No Antigo Testamento, a Arca da Aliança foi o local onde foram guardados as realidades mais sagradas, a saber: As tábuas da Lei, o ramo de Aarão que havia florido por si mesmo, e o maná. Nossa Senhora é a Arca da Nova Aliança porque levou em si Aquele que é o mediador da Nova e Eterna Aliança. As leituras tanto da Santa Missa vespertina quanto do dia da Assunção, o confirmam: “O templo de Deus abriu-se no Céu, e a Sua Arca da Aliança foi vista no Templo. Apareceu no Céu um sinal grandioso: uma Mulher revestida com o Sol; e a Lua debaixo dos pés; na cabeça uma coroa de doze estrelas.” (Ap 11,19. 12,1)
Deus Nosso Senhor operou muitos milagres através da Arca da Aliança no Antigo testamento. O que é um milagre? É a suspensão de uma lei natural por uma intervenção divina. Por exemplo, quando Josué foi passar o rio Jordão com o povo de Israel, ordenou que os sacerdotes tomassem a Arca da Aliança e fossem adiante do povo. Quando os pés dos sacerdotes tocaram nas águas, elas se detiveram e o povo de Israel passou pelo Jordão. (Cf. Josué 3,15-16) No caso de Nossa Senhora, quando Deus assim o quis, deteve o rio do pecado original que corria para todo o género humano e não deixava que ele entrasse na terra da promessa que é o Reino de Deus. Assim também a morte e a dissolução do corpo que atingia todo o género humano, foram vencidos por Deus naquele corpo virginal que trouxe em si o Autor da Vida, como escreveu São João no início do seu Evangelho: “Nele é que estava a Vida de tudo o que veio a existir.” (Cf Jo 1,4)
É importante notar na passagem da travessia do Jordão que não somente a Arca da Aliança passou, mas também os sacerdotes e todo o povo de Deus que a seguia. Assim, também, não só Nossa Senhora vence o pecado e as suas consequências funestas, mas concede também aos seus fiéis devotos o poder de o vencer. Neste ano sacerdotal um testemunho maravilhoso a ser recordado desta intervenção da Virgem Imaculada é justamente o do santo que a Igreja celebra um dia antes da Assunção de Nossa Senhora: São Maximiliano Maria Kolbe. Depois de um tempo no hospital com uma tuberculose, quando todos pensavam que seu ministério estava acabado é que tudo começou. Mesmo com dificuldades de saúde, mas confiando inteiramente em Nossa Senhora, fundou uma obra chamada “Milícia da Imaculada”, e num tempo de crise financeira (como hoje), a revista intitulada “Cavaleiro da Imaculada”. Depois de quinze anos já contava com a tiragem de um milhão de exemplares. Fundou um mosteiro que chamou “Cidade da Imaculada” que logo alcançou mais de mil monges e constituiu o maior mosteiro do mundo. Fundou um mosteiro semelhante na região de Nagasáqui. Partiu para esta missão com pouco dinheiro (proverbial pobreza franciscana) e sem conhecimento da língua. Depois de alguns meses começou a editar a mesma revista em língua japonesa. Quando admitia um noviço, fazia uma simples pergunta: “Queres ser santo?” Da resposta a essa pergunta dependia o ingresso ou não no noviciado. A sua morte, muito conhecida, num campo de concentração na Polónia no lugar de um pai de família foi somente o coroamento de uma vida doada à Imaculada. (Cf. Mensageiro da Misericórdia Divina, nº 3 (41) 2009, pp. 19-21))
Tantos milagres de Nossa Senhora, não é mesmo? Peçamos a Nossa Senhora, Arca da Nova Aliança Assunta ao Céu, que interceda por todo o povo de Deus, de modo especial pelos seus presbíteros neste ano sacerdotal.
Pe. Marcelo
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