TESTEMUNHOS SOBRE PALLOTTI

Testemunho por ocasião da beatificação

Cardeal Pedro Fumasoni Biondi: “...Ele foi, com razão, reconhecido como precursor da atual Ação Católica... Alegro-me com a exaltação do Beato Pallotti, cujo coração sempre palpitou de amor para com as santas Missões da Igreja...”.

Cardeal Adeodato José Piazza: “...A glorificação de Vicente Pallotti é ao mesmo tempo exaltação daquele Apostolado Católico que ele, já há um século, no próprio coração da cristandade, soube suscitar e admiravelmente organizar em sintonia com as exigências e com as necessidades do seu tempo, que são também as nossas. Este verdadeiro precursor da Ação Católica encontrou no seu fecundo sacerdócio a veia límpida de um zelo operante, infatigável, realizador; e encontrou também no seio do laicato crente uma preciosa reserva de colaboradores convictos e fiéis às suas múltiplas e geniais iniciativas. Com ele os operários da vinha, sacerdotes e leigos, multiplicaram os sucessos de um vasto trabalho apostólico.
A vida e a experiência de Pallotti permanecem ainda hoje, na perene atualidade do Apostolado, um exemplo, estímulo e guia para a obra divina de urgentíssima reconquista do nosso povo à fé íntegra e à prática fervorosa da vida cristã.De modo especial os Assistentes Eclesiásticos devem conhecer e venerar em Vicente Pallotti um grande Mestre e um válido Patrono, ao qual não recorrerão em vão para ter a luz e conforto nas dificuldades da sua árdua e tão nobre missão...”.

Arcebispo João Urbani: “...À alegria que perpassa as fileiras do Apostolado Católico espalhado agora em todo o mundo..., se une de boa vontade a grande família da Ação Católica, que se alegra em reconhecer em Vicente Pallotti ‘um providencial e precioso precursor e colaborador’. Ele, como de modo feliz disse Pio XI ‘adivinhou a realidade e o próprio nome, ao fundar a Sociedade do Apostolado Católico, isto é, daquilo que é a razão de ser da Ação Católica, o apostolado laical sob a direção do apostolado hierárquico’.
Diante da luta que as seitas e os inimigos da verdade tinham deflagrado no século XIX conta a Fé, a Igreja e o Papa, o sacerdote Vicente Pallotti não se limitou a ficar numa posição de espectador, que no máximo se contenta em elevar lamentos diante da audácia dos iníquos, mas decididamente passou à ação. Com genial intuição frente às exigências modernas, ele providenciou para formar e organizar os leigos mais valorosos e mais conscientes da sua responsabilidade cristã, e os guiou no meio do povo para que fossem exatamente eles a tirá-lo das mãos daqueles que, através da mais violenta e ímpia demagogia, tentavam separá-lo da Igreja de Jesus Cristo e do seu corpo.
A Ação Católica, por isso, vê nele um Mestre e, nos seus filhos que lhe conservam o fervor do espírito e desenvolvem um vasto programa, irmãos no comum empenho do Apostolado.
Os ensinamentos e as experiências de Pallotti...serão objeto de estudo dos nossos sócios, que sabem ter nele um Patrono válido junto ao trono de Deus...”.

Cardeal Clemente Micara: “...a figura deste padre romano, honra da sua pátria e do sacerdócio católico, não poderia ser mais cara e suave. Ele foi tão grande quanto humilde; foi piedoso, mortificado, caridoso, zelosíssimo, nada mais solícito do que fazer-se tudo para todos, para ganhar todos a Jesus Cristo. A sua vida oferece um vastíssimo campo para a imitação daqueles que querem progredir nas virtudes; o clero, de modo particular, encontrará nele um magnífico modelo de vida e de operosidade sacerdotal. No seu difícil e cansativo trabalho apostólico, ele encontrará na lembrança de Pallotti e de tudo quanto ele sofreu pela Igreja e pelas almas, um conforto e um estímulo.

O arcebispo Spalding, de Baltimore, escreveu sobre Pallotti: “Ele era muito conhecido em toda Roma pela sua extraordinária santidade. Seu total desprendimento de si próprio estava unido à penitência. Seu amor a todos, jamais arrefecia ou diminuía. Nenhuma dificuldade, nenhuma cruz alteravam a sua paciência. O traço tocante do seu caráter era o seu ardente amor a Deus e a Jesus Cristo. Este amor era a força propulsora de todos os seus trabalhos. Ele era a verdadeira vida e a alma de todas as suas atividades. Era a chave da sua serenidade, a fonte da sua coragem e daquela paz interior que espontaneamente se irradiava na sua conduta”.

Cardeal José Pizzardo: “Não se pode permanecer indiferentes diante não só da sua santidade, mas também de algumas intuições sociais, que nos surpreendem como homem do seu tempo...
Os sentimentos da Ação Católica, o grande movimento de Apostolado leigo que foi previsto e organizado em parte pelo nosso santo sacerdote, foram condivididos pelos autores dos dois textos que seguem e que sintetizam os sentimentos de toda a organização”.

Advogado Vittorino Veronese: “A Ação Católica toma parte ativa nas homenagens que a Igreja tributa àquele no qual Pio XI viu ‘um providencial e precioso precursor’ da Ação Católica, porque julga sábio e necessário pôr em comum a gratidão para com a Providência e aos próprios homens que, percorrendo os tempos, preparam o terreno e semeiam o germe das novas idéias.
Vicente Pallotti foi verdadeiramente um precursor da Ação Católica: pela intuição com a qual diagnosticou o mal do século, o afastamento do laicato da vida da Igreja, com a conseqüente descristianização da vida civil e social; pelo conceito que ele teve do apostolado, que ele julga direito e dever de todo batizado, tanto que quer chamar a sua obra - provocando muitas susceptibilidades - a Sociedade do Apostolado Católico (e por ‘Católico’ entendia exatamente universal, isto é, de todos); pelos meios de ação adotados, tão vastos e modernos, de tal modo que estudando o plano de Pallotti, concebido em 1839, parece estar elencando o complexo das atividades atualmente desenvolvidas pela Ação Católica e sua obras. É suficiente recordar, como exemplo, as suas preocupações pela boa imprensa e a sua atividade no seio das ‘corporações’ do tempo, entre os artesãos romanos.
A força inspiradora de uma obra tão imensa que ele idealizou e realizou através de uma atividade que se reveste de um caráter prodigioso, deve ser buscada naquele grande amor pelas almas, que é a característica de todos os santos...
Um outro ensinamento... nos deixaram aqueles leigos que foram colaboradores, isto é, aqueles que unindo-se com imensa confiança ao redor do santo sacerdote, demonstraram na eficácia e vastidão do bem realizado que, então como hoje, um é o segredo do Apostolado leigo: a dependência filial e incondicionada ao sacerdote e à hierarquia.Com estes sentimentos a Ação Católica celebra hoje a exaltação do Precursor e dele invoca o dom da caridade que inflama e ilumina, e é a única que pode tornar-nos instrumentos dignos da Providência para o trabalho de cristianização do mundo...”.

Tradução do
Pe. Ângelo Lôndero