Ao mesmo tempo que vemos os mais estupendos avanços da técnica nos nossos dias, vemos também, em contrapartida, tantos que no teor de suas vidas vão se tornando fracos, recorrendo a uma falsa força nas drogas, no álcool, ou em outras fugas que não dão condições à pessoa de cumprir a missão que Deus destinou para ela. Desde o Antigo Testamento, vemos Deus Nosso Senhor mostrando ao seu povo que Ele é a sua força, e que aqueles que Nele confiam chegam ao bom termo da sua peregrinação nesta terra.
No deserto, o povo judeu experimentou o maná, pão material que Deus providenciou para que cada dia fossem sustentados na sua caminhada para a terra prometida. Porém, esse cuidado de Deus não foi correspondido com a fé e a confiança, como diz São Paulo: “Todos comeram do mesmo alimento espiritual e todos beberam da mesma bebida espiritual; pois bebiam de um rochedo espiritual que os seguia, e esse rochedo era Cristo. Apesar disso, a maior parte deles não agradou a Deus, pois foram exterminados no deserto. Ora isto aconteceu para nos servir de exemplo, a fim de não cobiçarmos coisas más, como eles cobiçaram. “ (1 Cor 10,3-6)
Na primeira leitura de hoje, vemos o profeta Elias que mesmo estando a cumprir a missão que o Senhor lhe havia confiado esmoreceu no cansaço, desejando inclusive a morte. Mas assim como o ao povo de Israel no deserto, o Senhor não o desampara e prepara para ele um alimento que o fortaleceu: “«Levanta-te e come, pois tens ainda um longo caminho a percorrer.» Elias levantou-se, comeu e bebeu; reconfortado com aquela comida, andou quarenta dias e quarenta noites, até chegar ao Horeb, o monte de Deus.” (1 Reis 19,7-8) No caso de Elias o alimento não foi em vão, pois ele ansiava por escutar a voz do Senhor e observar os seus mandamentos. Prova disso foi que ele caminhou em direcção ao Horeb, monte santo, onde Deus deu a Moisés dez mandamentos. Lá ele recebeu instruções sobre quem continuaria o seu trabalho: Deus mandou que ungisse reis e Eliseu como profeta em seu lugar. A sua obra não acabou com a sua partida deste mundo porque realizava a vontade de Deus. Ele experimentou o que disse o profeta Isaías: “Até os adolescentes se cansam e se fatigam e os jovens tropeçam e vacilam. Mas aqueles que confiam no Senhor renovam as suas forças. Têm asas como a águia, correm sem se cansar, marcham sem desfalecer.” (Is 40, 31-32)
Todas estas realidades eram prefigurações daquilo que Jesus nos diz hoje no Evangelho: “Eu sou o pão da vida.” Jesus na Eucaristia é o alimento que nos fortalece para cumprirmos bem a nossa missão neste mundo e consequentemente nos leva à vida eterna.
Dizia São Vicente Pallotti: “ Com esse incompreensível excesso de seu Amor Infinito e da Sua Infinita Misericórdia, Jesus Cristo não só quis ser sacerdote e vítima, comida e nutrimento de vida eterna para nossas almas, mas também quis permanecer sempre connosco, nos santos altares, em trono de Graça e Misericórdia, para dar-nos tudo e sempre com Amor Infinito em todas as necessidades da nossa vida presente.” (OO CC XIII, 168)
Jesus é “pão da Vida” que nos dá força para optarmos pelo “homem novo” do qual fala São Paulo na Segunda leitura: “Toda a espécie de azedume, raiva, ira, gritaria e injúria desapareça de vós, juntamente com toda a maldade. Sede, antes, bondosos uns para com os outros, compassivos; perdoai-vos mutuamente, como também Deus vos perdoou em Cristo.” (Ef 4,30-31) Quem nos dá força para isso é Aquele que disse: “…o pão que Eu hei-de dar é a minha carne, pela vida do mundo.» (Jo6,51).
Desejamos às células de evangelização e a todos os que podem gozar das férias um tempo de graça e de sadio convívio na companhia dos seus.
Pe. Marcelo
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