terça-feira, 11 de agosto de 2009

TESTEMUNHOS SOBRE PALLOTTI

Pallotti na voz dos contemporâneos

A vida de Pallotti foi breve. Apesar disso, ele causou admiração em todos os que o conheceram. Existe um grande uníssono nas Cartas Postulatórias, nas quais cardeais, bispos, superiores gerais, párocos e nobres romanos, lembrando a figura do santo que eles tinham conhecido, fazem tão grandes elogios da sua vida, que é difícil pensar em algo maior.

O Cardeal Simeoni: “Deixou aos sacerdotes e ao clero tantos e tão belos exemplos de virtude, que se pode dizer como São Paulo: ‘Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo’ ”.

O Cardeal Monaco La Valletta escreveu: “É difícil encontrar em Roma uma pia associação, um oratório noturno, um mosteiro, um instituto feminino que não tenha sido testemunha do seu zelo”.

O Cardeal Iacobini: “Morreu deixando uma singular admiração das suas virtudes. Foi muitíssimo estimado pelos romanos e estrangeiros, a tal ponto que todos o consideravam e o chamavam publicamente de santo; e tinham razão, pois ele o era de fato”.O Cardeal Lasagni: “Foi meu diretor espiritual e recordo com profunda gratidão a especial benevolência que tinha por mim. É conhecida de todos a sua profundíssima humildade e o seu espírito de oração. É reconhecido por todos o seu infatigável apostolado, a sua duríssima penitência, a sua ardente devoção à Maria e o seu ardente amor ao próximo. É reconhecido por todos que, por isso, no ano de 1835, fundou, em honra e sob a proteção da Imaculada Virgem Maria, Rainha dos Apóstolos, a Congregação e a Sociedade do Apostolado Católico. Vi em Londres a igreja de São Pedro por ele desejada e, em Roma e em outras partes, são tantas as obras que ele idealizou, incrementou, ajudou. Desejo, por isso, ardentemente, que este novo apóstolo dos nossos tempo seja em breve honrado entre os beatos e santos”.

O Cardeal Bianchi: “Foi um segundo S. Felipe Neri. Pelas obras que promoveu e pelas virtudes sacerdotais que cultivou, foi verdadeiramente admirável. Considerando o seu instituto é necessário dizer que muitas associações suscitadas por Deus em nossos dias receberam dele a idéia e o impulso”.

O Pe. Antônio Rosmini, na carta que escreveu ao cardeal Tosti, comentando a morte de Pallotti disse: “Certamente foi uma grande perda para Roma a morte de Pallotti, homem que fazia tão grande bem às almas e que eu mesmo o consultei para direção do meu espírito e tive ótimos conselhos. São homens raros que só o Senhor forma com a sua graça e os manda ao mundo para o bem de muitos e dos quais está escrito: Multitudo autem sapientium sanitas est orbis terrarum. É de lamentar-se que a cada dia diminui o número, já tão escasso nestes últimos tempos.
O Cardeal Celesia: “Vemos nele S. Felipe Neri redivivo”.
Arcebispo de Amalfi: “Freqüentei no ano de 1841 a conferência semanal para os eclesiásticos, expus-lhe em particular o meu espírito, segui os seus ótimos conselhos, recomendei-me às suas orações e adquiri grande estima pelas suas virtudes, sabedoria e santidade”.
Luiz Vaccari, Bispo de Tropea: “Eu o vi, fomos amigos, trabalhei com ele. É inútil falar da sua pobreza, humildade, caridade, do seu verdadeiramente incrível fervor”.
O Geral dos Servitas: “Glória desta alma Cidade e Romani cleri decus et ornamentum”.
O Geral dos Franciscanos: “Romani Cleri decus”.
O Capítulo Lateranense: “Insigne Romani Cleri decus”.
O Capítulo Vaticano: “Romani Cleri decus”.
O patriciado Romano: “Não existiu obra pia em Roma da qual ele não tenha sido ou o fundador, ou o solícito promotor, ou o mais entusiasta colaborador”.
O Cardeal Morichini declarou no processo de beatificação: “Muitas vezes pensei, e talvez também o tenha dito a outros, que as virtudes do nosso Servo de Deus me pareciam maiores do que aquelas de alguns santos, que se veneram nos altares e dos quais li a biografia”.
Francisco Fabri Montani, jornalista do tempo de Pallotti que assistiu aos funerais, assim descreveu a vida do santo no Jornal de Roma: “ Uma multidão de pessoas de ambos os sexos se uniram reverentes para rezar sobre os restos mortais do P. Vicente, sem saciar-se de olhá-los, de tocá-los com lenços e terços, de abraçar o corpo e de conseguir com devoção as relíquias. Assim que milhares de pedaços de suas vestes foram divididos e distribuídos, ou melhor, arrebatados com vivo entusiasmo. Bispos, Prelados, Príncipes e oficiais do exército estiveram presentes em grande número... As ruas próximas à igreja estavam tomadas de povo, que a uma voz, lamentando a grave perda, recordava a delicadeza de alma, a vida exemplar e a operosa caridade do ministro de evangelho...
O seu zelo inflamado não era impedido por nenhum obstáculo... De noite, de dia, talvez necessitado de alimento ou de repouso, voava alegre a qualquer parte em que houvesse alguém necessitado do seu socorro espiritual ou temporal. Consumido pela penitência, extenuado pelas doenças, de temperamento delicado, caminhava tão velozmente, que mesmo um jovem robusto não podia vencê-lo... Estavam presentes no seu coração, sobretudo os doentes e moribundos, sendo que deles poucos em Roma deram o último suspiro sem serem por ele visitados ou assistidos. Passava jornadas inteiras no confessionário e não se conseguia compreender como, sem multiplicar-se, pudesse fazer tantas e tão diversificadas coisas... P. Vicente Pallotti teve o espírito de Jesus Cristo, foi um perfeito modelo de sacerdote, verdadeiro apóstolo de Roma; e bem-aventurados seríamos se ele tivesse ficado mais tempo no nosso meio”.
Um companheiro de Pallotti escreve sobre a sua morte: “Vicente Pallotti implorou da infinita misericórdia de Deus, por meio dos merecimentos de Jesus Cristo e da Imaculada Rainha dos Apóstolos, a bênção de Deus para os companheiros e para o mundo inteiro. Exortou-os a amarem e a imitarem Jesus Cristo com uma vida de humildade, de obediência e de sacrifício. Ao morrer, ele edificou a todos. Com sua inefável bondade e amabilidade disse: ‘A Sociedade vai desenvolver-se e será abençoada por Deus. Vós havereis de ver. Eu vos digo isso não apenas com confiança, mas com plena certeza’”.
No ano de 1860 o célebre o Cardeal Wiseman presidia a igreja católica na Inglaterra. O secretário do prelado era um sacerdote chamado Vaughan (que um dia chegaria também a presidir a igreja católica, na Inglaterra, e vestiria a púrpura cardinalícia). O padre Vaughan sentia vocação missionária e alimentava, secretamente, a esperança de poder fundar um instituto entre seus compatrícios. Mas a necessidade de clero em seu país era tal, que não se atrevia a propor um projeto, que afastaria sacerdotes da atividade local. Um dia, contudo, aproveitando uma viagem, que realizou em companhia do Cardeal, arriscou-se a mexer no assunto. “Perguntei-lhe se tinha interesse pelas missões. É claro, respondeu-me ele. 'Mas por que me perguntas isto?” Eu respondi-lhe: “Tenho uma idéia em minha mente, mas receio manifestar-lha... Creio que este país deveria fazer algo pelas missões... ‘Pois vou contar-lhe uma coisa’ - respondeu-me - “que até agora não contei a ninguém, mas - creio que chegou o momento. Estando eu em Roma, antes de minha ordenação episcopal, tive grandes angústias de consciência e visitei a um homem com fama de santidade, o padre Pallotti; agora já morto e declarado Venerável. Fez-me sentar a sua frente, diante de uma mesa cujo único enfeite era o crucifixo. Logo Que lhe abri o meu coração e lhe contei minhas dificuldades, ajoelhou-se e, após rezar por uns momentos disse-me: 'Monsenhor, o senhor não conhecerá a paz desejada, enquanto não estabelecer um colégio na Inglaterra para as missões estrangeiras”. Estas palavras caíram sobre mim como um raio... Eu não tinha nesse momento interesse pelas missões estrangeiras... Resolvi, contudo, estabelecer uma obra na Inglaterra e por vários motivos não pude empreender a tarefa... e resolvi esperar até que se apresentasse a pessoa que pudesse fazê-lo, sem deixar de rezar todos os dias para conhecer a vontade de Deus e o momento de sua execução... O senhor é o primeiro a apresentar-se... Agora vejo que Deus escutou minhas orações e que a obra vem dele...’

O Cardeal Newman: “Pessoalmente eu o conheci pouco. Mas nas visitas que lhe fiz em Roma, somente ao vê-lo e ouvi-lo, fiz-me tal idéia de sua santidade, que julguei plenamente confirmada a fama que ele tinha”.
Tradução do
Pe. Ângelo Lôndero

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