terça-feira, 18 de maio de 2010

MARIA NA VIDA E NA OBRA DE SÃO VICENTE PALLOTTI

A família Palotina celebra no dia 22 de maio a Festa da Padroeira da União do Apostolado Católico, Nossa Senhora Rainha dos Apóstolos. Para que as comunidades possam celebrar bem esta festa, disponibilizamos reflexão sobre Rainha dos Apóstolos na obra de são Vicente Pallotti.


Maria na União do Apostolado Católico

A União do Apostolado Católico está intimamente relacionada com Maria na sua fundação, no seu desenvolvimento e na sua atuação na Igreja.Vicente Pallotti considera a fundação da União como fruto do triunfo da misericórdia de Deus sua ilimitada miséria e pecado obtido pela intercessão de Maria. Agradecido para com Maria, ele quer que sua fundação toda seja um obséquio ou uma homenagem a Maria Santíssima. Ela, a fundação, proclamará a bondade misericordiosa de Deus obtida pela valiosa intercessão de Maria e valer-se-á da intercessão de Maria e em Maria ela descobrirá também o modelo do apostolado católico. Vicente Pallotti vê Maria como a mais clara ilustração e comprovação do apostolado de Jesus Cristo instituído em sua Igreja, a fim de levar a termo a obra da redenção do mundo. Vicente Pallotti vê Maria como Mãe, como Padroeira e como Modelo da sua fundação. Mas qual é a imagem própria da fundação de Vicente Pallotti?
A Rainha dos Apóstolos é a imagem de Maria da União do Apostolado Católico

Uma constatação inicial: o titulo de Maria Rainha dos Apóstolos não aparece nas suas anotações espirituais, antes de 1835. Após essa data, o titulo aparece apenas quatro vezes, duas vezes em 1839 e outras duas vezes em 1840. Mas aparece muitas vezes nos seus escritos apostólicos, sobretudo naqueles relacionados com a União do Apostolado Católico. O titulo Rainha dos Apóstolos aparece em todos os escritos de Vicente Pallotti referentes à apresentação, à defesa e à propagação da União do Apostolado Católico na Igreja. Por que a Rainha dos Apóstolos ocupa um lugar tão central na fundação de São Vicente Pallotti?
Não só porque Maria é a Mãe do Apóstolo do Pai e a Mãe da comunidade apostólica, mas também por causa do próprio conceito de apostolado intuído, captado, proposto e defendido por Vicente Pallotti. Ela é a maior de todos os apóstolos, a Rainha dos Apóstolos, porque mais que todos os apóstolos ela cooperou para a realização e a prolongação da salvação no mundo. Desde o início Vicente Pallotti vê que o sentido do apostolado é contribuir como cada um pode para a. propagação da fé e a dilatação do reino de Jesus Cristo no mundo. Apostolado é tudo o que alguém pode e deve fazer para a maior glória de Deus e para a salvação própria e dos demais. Merece por isso o nome de apóstolo todo aquele que movido pela caridade de Cristo se empenha pela propagação da fé. Ser apóstolo e cooperar para a salvação do mundo transcende a hierarquia eclesiástica e o sacramento da ordem. Funda-se no próprio fato de o homem ser imagem e semelhança de Deus, na obrigação de ser imitador de Cristo e no próprio mandamento do amor ao próximo. Ora, ninguém mais que Maria cooperou para a realização e a propagação da salvação no mundo e por isso ela merece com razão o título de Rainha dos Apóstolos. Mais do que ninguém ela se empenhou pela obra da maior glória de Deus e pela salvação das almas. A cooperação de Maria na dilatação do reino de Cristo no mundo aparece na comunidade cristã primitiva, pois foi ela que com a eficácia das suas orações sustentou o valor e fez prosperar as fadigas dos apóstolos, obtendo para eles o Espírito Santo. Vicente Pallotti diz que "a bem-aventurada Virgem Rainha dos Apóstolos, protetora da Pia União e corredentora das almas remidas com o sangre preciosíssimo de Jesus Cristo, quer ver destruído o pecado, multiplicadas as boas obras, fechado o inferno e aberto o paraíso a todos os seus filhos e glorificado o Pai, do qual é filha, o Filho do qual é Mãe, e o Espírito Santo, do qual é amantíssima esposa".
A União do Apostolado Católico, obséquio e homenagem à Rainha dos Apóstolos

Profundamente agradecido para com Deus por lhe ter dado Maria e também para com a própria Mãe de Deus, Vicente Pallotti queria que sua vida toda e sua obra fossem uma homenagem a Maria. Dedicou a ela suas obras literárias e de modo especial a sua fundação. Ele costumava dizer que sua obra devia ser uma homenagem ou um obséquio à Imaculada Mãe de Deus Rainha dos Apóstolos, pois ela não pode não ser sumamente agradecida para com nossa Mãe comum Maria.
Vicente Pallotti quis que sua fundação toda fosse uma homenagem a Maria porque, depois de Cristo, ela era para ele a maior expressão do amor de Deus. Ao saber-se ternamente amado por Maria, queria amá-la, homenageá-la com os mais belos títulos e com todas as suas obras. Consciente de que o triunfo da misericórdia de Deus sobre ela era devido à poderosa intercessão de Maria, ele queria que sua fundação visse em Maria sua Mãe amorosíssima e procurasse amá-la ternamente. Toda ela deveria ser um ato de louvor à Rainha dos Apóstolos e deveria empenhar-se em glorificá-la, imitando-a na sua cooperação em favor da salvação do mundo. Além de ser uma homenagem a Rainha dos Apóstolos, Vicente Pallotti queria que a sua fundação tivesse em Maria sua especial protetora e intercessora.

A Rainha dos Apóstolos como protetora da União
Vicente Pallotti vê Maria, sempre e antes de tudo, como Mãe. Ora, a Mãe aparece como a matriz da vida: ela gera, alimenta, protege, ajuda e defende a vida. O que acontece no nível humano acontece analogamente no nível da graça ou da vida divina. Além de ser Mãe de Cristo, Maria é também Mãe dos cristãos e das comunidades cristãs. Está presente ao nascimento, ao crescimento, ao apostolado, à morte e à glorificação do Filho. Está também presente ao nascimento e ao crescimento da comunidade cristã como a grande orante (At 1,14), a Advogada, a Mãe e a Mestra da comunidade cristã. Vicente Pallotti quis que Maria fosse de modo particular a Mãe, a Mestra, a Advogada e a Protetora da sua fundação. Escolheu-a como Padroeira porque ela é a “tesoureira de todas as graças” e a poderosa intercessora junto ao seu Filho. Maria obterá para a União do Apostolado Católico o Espírito Santo necessário para realizar o apostolado de Cristo em todo o mundo. Graças à intercessão da Rainha dos Apóstolos Vicente Pallotti espera ver realizados os seus grandes desejos apostólicos. Vicente Pallotti acreditava que assim como Maria tinha com sua poderosa intercessão apressado a vinda do Salvador ela apressaria a vinda de um só rebanho sob um só pastor graças ao apostolado de todos os cristãos. Assim como ela sustentou a coragem e fez frutificar as fadigas dos apóstolos, assim Vicente Pallotti espera o mesmo dela para a sua comunidade apostólica.

Em 1839 ele diz que a sua fundação milita sob a proteção eficasíssima da Imaculada Mãe de Deus Rainha dos Apóstolos para obter através dos seus merecimentos e intercessão todas as graças e dons a fim de que ela exista sempre na Igreja e se propague rapidamente em todo o mundo. Da intercessão de Maria, Vicente Pallotti espera a graça de cumprir fielmente o mandamento divino de amar o próximo como a si próprio e de empenhar-se eficazmente tanto pela salvação própria como pela do próximo.
No seu testamento Vicente Pallotti pede a todos os anjos e santos mas particularmente à Imaculada Mãe Maria Santíssima Rainha dos Apóstolos que ore perpetuamente e eficazmente ao Pai, ao Filho o e ao Espirito Santo, a fim de que eles se dignem fazer com que a União do Apostolado Católico se propague rapidamente e se estabeleça em todo o mundo e seja conservada até ao fim do mundo; que ela tenha a plenitude dos frutos para a maior glória de Deus, para a maior santificação e salvação de todas as almas.
Vejamos sua belíssima oração da noite:

"Amabilíssima Virgem Maria, Mãe de Misericórdia, Rainha de todos os anjos e santos, esperança nossa, advogada nossa, volvei vossos olhos misericordiosos sobre a nossa pia Sociedade que vós possuístes desde o princípio. Promovei-a, aperfeiçoai-a e conservai-a no futuro. Brilhem sempre nela a pobreza, a castidade, a obediência, o espírito de sacrifício. Defendei-a de todo mal, especialmente de toda ainda que mínima relaxação, ó nossa medianeira,nosso refúgio, nossa esperança. Tudo isso alcançai-nos por vossa intercessão junto ao vosso Filho nosso Senhor Jesus Cristo que reina com o Pai e com o Espírito Santo pelos séculos dos séculos. Amém".

Nesta oração Vicente Pallotti reconhece que Maria é a mãe da Sociedade e que ela a possuiu desde o principio Por isso, como Mãe de misericórdia deverá promovê-la, aperfeiçoá-la e conservá-la no futuro. Como Mãe fará com que na Sociedade brilhem sempre a pobreza, a castidade, a obediência e o espírito de sacrifício ou o espírito de serviço total ao reino de Deus, defendendo-a outrossim de todo mal, especialmente de toda e qualquer relaxação (tibieza).
A Rainha dos Apóstolos, modelo do Apostolado Católico

Vicente Pallotti diz que escolheu Maria Rainha dos Apóstolos como padroeira da sua fundação para que todos os seus membros, leigos e eclesiásticos, seculares e regulares, de qualquer ordem, estado e condição, tivessem nela, depois de Cristo, o mais perfeito modelo do verdadeiro zelo católico e da perfeita caridade, visto que ela se empenhou de tal maneira pelas obras da maior glória de Deus e da salvação das almas, que, embora não lhe fosse confiado o ministério sacerdotal, superou a todos os apóstolos. Com razão, pois, a Igreja a saúda como Rainha dos Apóstolos porque mais do que todos os Apóstolos cooperou para a propagação da fé. Por isso todos, sacerdotes e leigos e todos de qualquer sexo, estado, grau e condição, estarão animados a imitar a Imaculada Mãe Maria em todos os empreendimentos da maior glória de Deus e em todas as obras de misericórdia corporal e espiritual em favor do próximo. Como Rainha dos Apóstolos procurou em sua condição, em todo modo possível, a dilatação do reino de Jesus Cristo.

Portanto, se todos são chamados a imitar Jesus Cristo, o Apóstolo do Pai, também somos todos chamados a imitar Maria, Rainha dos Apóstolos, pois ela, depois de Cristo, é o modelo e o exemplo mais perfeito e acabado do empenho pela propagação da fé e pela dilatação do reino de Cristo no mundo. Se a vida de Cristo foi o seu apostolado, a vida de Maria também foi seu apostolado, porque toda ela consagrada à realização e à dilatação da salvação no mundo. Comum entre Cristo e Maria é o empenho em cumprir a vontade do Pai, que deseja a salvação de todos os homens. Em função do cumprimento desta vontade salvífica do Pai, ambos se esvaziaram de si próprios e se identificaram com a vontade do Pai e fizeram de sua vida um único grande ato de amor traduzido na doação de si mesmos na vida e na morte. O amor é o que move a Cristo a fazer a vontade do Pai. É o amor que move Maria a associar-se plenamente ao Cristo no cumprimento da vontade salvífica do Pai. É o Espírito de Amor que move Cristo e Maria a realizarem a salvação. Impelida pelo amor, Maria tornou-se a grande serva do Senhor e a serva dos homens. O seu apostolado foi o seu serviço, toda a sua vida dedicada ao advento, à realização e à propagação do reino de Jesus Cristo.
Pe. João Baptista Quaini

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