sexta-feira, 7 de maio de 2010

PEDRO, SINAL DE UNIDADE

As leituras da Palavra de Deus que a liturgia nos traz, como muitas vezes acontece, vem ao encontro do que estamos a viver. Estamos para receber o Santo Padre em Portugal. O que significa tal visita? As leituras de hoje ajudam-nos a perceber melhor.


Nós dizemos no Credo: Creio na Igreja: Una, Santa, Católica e Apostólica. As duas leituras do Evangelho que são possíveis de serem feitas neste sexto Domingo do Tempo Comum nos dão uma visão do que Nosso Senhor quis quando instituiu Sua Igreja: De um lado a unção para continuar a obra da Salvação: “«Fui-vos revelando estas coisas enquanto tenho permanecido convosco; mas o Paráclito, o Espírito Santo que o Pai enviará em meu nome, esse é que vos ensinará tudo, e há-de recordar-vos tudo o que Eu vos disse.”  (Jo 14,25-26) Ou seja, Nosso Senhor Jesus Cristo mostrou-nos, em sua vida visível entre nós, tudo o que era essencial para a nossa vida e salvação. À Igreja, ungida pelo Espírito Santo, confiou a missão de traduzir para as diversas épocas e situações este imutável depósito da Fé. Para que isso aconteça, a principal característica que deve ser mantida com a ajuda do Espírito Santo é a sua unidade. No outro texto possível para o Evangelho deste Domingo, isto é o que Jesus pede com mais veemência: “Não rogo só por eles, mas também por aqueles que hão-de crer em mim, por meio da sua palavra, para que todos sejam um só, como Tu, Pai, estás em mim e Eu em ti; para que assim eles estejam em Nós e o mundo creia que Tu me enviaste. Eu dei-lhes a glória que Tu me deste, de modo que sejam um, como Nós somos Um.” (Jo17,20-22) Nesta unidade, a pessoa visível do Papa tem uma particular importância, como nos diz São Basílio Magno: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia, ubi Ecclesia ibi Christus” – Onde está Pedro está a Igreja, onde está a Igreja está Jesus Cristo.

Tudo isso vem descrito de forma experiencial na primeira leitura de hoje.  Quando apareceu numa questão que ameaçou dividir a Igreja, os responsáveis mandaram representantes a Jerusalém para que toda a questão fosse resolvida por intermédio de Pedro e os Apóstolos. Depois de longa discussão (escuta de várias pessoas), Pedro se levantou para falar, Barnabé e Paulo deram o seu testemunho e foi Tiago que confirmou o que foi dito, dando praticamente o texto final que foi enviado a Antioquia. Este tratava de coisas disciplinares, e por isso adaptadas a cada tempo (não comer carnes imoladas a ídolos…) e coisas perenes como a moral cristã (abster-se de relações imorais). Os frutos desta unidade não tardaram: “Depois de a lerem, todos ficaram satisfeitos com o encorajamento que lhes trazia.” (Actos 15,31)  Este contentamento traduz o que o Concílio Vaticano II falou sobre a acção do Espírito Santo em todos os fiéis e sobre o consenso na fé: “A totalidade dos fiéis que receberam a unção do Santo (cfr. Jo. 2, 20 e 27), não pode enganar-se na fé; e esta sua propriedade peculiar manifesta-se por meio do sentir sobrenatural da fé do povo todo, quando este, «desde os Bispos até ao último dos leigos fiéis» (22), manifesta consenso universal em matéria de fé e costumes.” (Lumen Gentium 12)

Para as células de Evangelização:

1-      Já participastes de alguma celebração com o Santo Padre o Papa, ou pelo menos com o Bispo diocesano? Que importância têm estas celebrações para sentir com mais veemência o mistério da unidade da Igreja?

Pe. Marcelo

Nenhum comentário: