sábado, 1 de maio de 2010

PALLOTTI E MÊS DE MAIO

Para os nossos queridos leitores do blog queremos apresentar 3 livros do nosso Fundador, São Vicente Pallotti, sobre o mês de Maria - mês de maio!!!  Estes livros foram traduzidos de italiano para português por nosso querido Bispo Palotino Dom Jose Maria Maimone SAC e editados pela Editora Biblos no ano 2009.

Muitas formas de piedade, no passado consideradas salus et vita, caíram hoje em desuso. Entre elas o mês de maio, chamado também de mês mariano. Segundo o Padre Palotino, Francesco Moccia, “já na Idade Média, em Mântua e Paris (...), havia o costume de dedicar a Nossa Senhora os primeiros dias do mês de maio”. Em 1726 um jesuíta italiano, Annibale Dionisi, escreveu um livro com meditações para cada dia intitulado: “Maio, mês de Maria”. Alguns anos mais tarde, em 1785 um outro jesuíta, Alfonso Muzzarelli, publicou um novo guia mariano para o mês de maio. A obra era destinada, exclusivamente, aos alunos dos colégios jesuítas de Milão e de Roma. É assim que, no Colégio Romano, o jovem Vicente Pallotti descobriu esse manual. Foi nesta época que nasceu em São Vicente o desejo de escrever uma Trilogia de Livros sobre Maria e Mês de Maio dedicados aos Religiosos, Leigos e Sacerdotes.

Estudando esses três opúsculos, não é difícil constatar que Vicente Pallotti seguia o mesmo esquema e os mesmos objetivos dos manuais de Dionisi e Muzzarelli. Para os três autores, se tratava de aprofundar a fé e de renovar a vida cristã. Mas as meditações de Pallotti têm algo de totalmente novo e original. É claro que, a exemplo de Dionisi e Muzzarelli, Pallotti apresenta Maria como Modelo e Mestra para todos os cristãos, mas ele o faz de uma maneira diferente para cada grupo, levando em conta o que é comum e o que é especifico de cada um e conjugando, assim, unidade e diversidade. Por exemplo, a todos os grupos, Maria se apresenta como “Imaculada Mãe de Deus”, mas para os leigos ela é também “Mãe da Misericórdia” para os consagrados é “Rainha dos santos”; para os eclesiásticos é sobretudo, “Rainha dos Apóstolos”. Dessa maneira, as diversas vocações não são simplesmente justapostas. Pallotti não as apresenta como caminhos paralelos nem complementares. As diversas vocações são chamadas a dar testemunho, cada uma de maneira privilegiada, de um aspecto da vida cristã que todos devem viver. Em outras as vocações são chamadas a se iluminarem mutuamente e a trabalharem juntas, ou seja, a cooperarem para a maior glória de Deus e para a salvação da humanidade.

Essa lógica da cooperação, que se radica progressivamente em Pallotti, o leva a fazer vivê-la também no seio da Igreja. Por exemplo, é muito claro para ele que o sacerdócio ministerial é ordenado ao serviço dos cristãos leigos. Mas, segundo Pallotti, seria muito limitado pensar que os padres e religiosos, também eles, não pudessem receber dos leigos um testemunho para viver em plenitude a sua própria vocação. Assim, no Mês de Maio para os eclesiásticos, recordando a importância da leitura espiritual, Pallotti coloca na boca da Virgem Maria as seguintes palavras: “Procurareis, cada dia, ler a Vida de algum Santo. Gostaria que lêsseis não somente a vida de algum Santo Sacerdote, mas também de um Santo leigo para sempre mais humilhar-vos, fazendo o confronto dela com a vida que tendes”. Por sua vez, vendo os religiosos, os leigos podem se desprender dos laços humanos absolutos que olvidam que a relação com Cristo precede e funda todas as outras relações.

A estrutura desses 3 livros é a mesma: cada um deles possui 31 meditações, precedidas por um dia de preparação. Vicente aconselha começar esse exercício pelo hino Ave Maris Stella. Em seguida, convida a Virgem Maria a falar para fazer nascer no interlocutor a disposição de querer o que Deus quer. Pallotti aconselha também solicitar o que é necessário, mas insiste muito sobre a capacidade de pedir segundo o espírito de Deus, para acolher o que é oportuno às necessidades de cada um. Maria está presente sempre como Mãe dos que oram (Jo 19,27) e os acompanha no caminho da fé, encorajando e intercedendo por eles.

Maria propõe aos ouvintes, cada um segundo seu estado de vida, coisas bem concretas para que possam avançar no caminho da perfeição. Assim, ela propõe aos clérigos e religiosos invocá-la várias vezes durante o dia ao ouvir o repique dos sinos; ler diariamente um capítulo das Escrituras e algumas linhas da vida dos santos; fazer seu exame de consciência de maneira precisa à noite; aproveitar o tempo presente; confessar-se regularmente para dispor-se a receber as graças que ela deseja conceder-lhes; no caso de não possuir ainda um diretor espiritual, buscar um segundo o espírito de Deus, ou seja, adequado e apropriado para a própria alma. Maria se propõe obter tal diretor se assim for desejado.

Finalmente Maria se endereça aos leigos a fim de que eles aproveitem plenamente o mês de maio. Ela suplica que não se esqueçam da própria alma e que procurem todos os dias se desfazer de tudo o que conduz ao pecado: jogos perigosos, relações nocivas, conversações inúteis etc. Ela os convida a escutar mais o outro, saber se acalmar em casa, entrar com mais freqüência nas igrejas, ler a vida dos santos e meditar especialmente a vida do Santo dos santos, Jesus Cristo, anotar as inspirações divinas e as resoluções tomadas, retornar a elas relendo-as, aproveitar com mais freqüência da confissão e da eucaristia e agradecer a Santíssima Trindade por todos os dons recebidos.

Pe. João Pedro Stawicki SAC

Um comentário:

Thales disse...

Vale lembrar que Pallotti escreveu essa triologia ao se vc deparar com uma igreja muito perdida, desorientada. Precisou recorrer à Mãe para recolocá-la nos trilhos.