Todos sabem o que fazer, sem falar nada. Os comandos são dados através dos versos cantados pelos homens que carregam as bandeiras em cuja ponta está uma pombinha, símbolo do Espírito Santo de Deus. O canto é lindo! Muito semelhante a algo gregoriano, com uma mistura de lamento e de louvação. No início da cerimônia deste dia que já era a vigília da Festa da Santíssima Trindade, a procissão caminha pelas ruas recebendo a “esmola”.
Essa esmola são doações espontâneas que as pessoas fazem para a celebração da Festa da Trindade. Na frente vão os senhores, vestidos de branco portando bandeiras e um senhor tocando o tambor, com toques ritmados. O povo acompanha em silêncio, com velas acesas. As pessoas, de suas casas vão chamando para dar a sua esmola e beijar a fita do Divino. Quatro pessoas vão receber: uma segurando a coroa, onde está o Divino; outra segurando a pombinha do Divino; outra segurando a capa da pessoa que está segurando a coroa e que recebe a esmola e outra pessoa segurando a sombrinha que protege quem está segurando a coroa do Divino.
Ao cair da tarde, já escurecendo, na beira do rio, fazem uma parada para louvar a Trindade. Tomam um lanche e vão para a beira do rio. Começa a anoitecer e começam a surgir velas acesas no meio do rio, caminhando
As velas, no meio do rio, caminham ao ritmo da correnteza, como se fossem barquinhos iluminados e coloridos. O povo contempla. Lá no porto, os festeiros entram em um barquinho todo iluminado. Começam a cantar e vão desaparecendo no rio. Aproximam-se das velas acesas e seguem a correnteza em círculo até chegar na outra ponta. É maravilhoso! Algo inexplicável! O povo contempla maravilhado! É de extasiar!
A cerimônia desta vigília é concluída com a participação na Missa, seguida de uma louvação na casa de quem guarda os símbolos principais da Trindade e um gostoso “Nescau” com pé de moleque (doce típico da região).
A Festa da Santíssima Trindade é uma cerimônia que vem passando de pais para filhos e que mantém viva a chama de fé e esperança popular no nosso Deus, comunidade de Amor.
Ir. Sandra Ede
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