quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Apóstolos hoje

São Vicente Pallotti – Deus Amor Infinito

XIII Meditação

“... devo lembrar que minha alma, sendo viva imagem de Deus, é também uma viva imagem do Espírito Santo, que é Amor infinito, imenso, incompreensível do Pai e do Filho”.

Senhor, ensina-nos a rezar: Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo. Amém

Oração: Meu Senhor, minha Vida, minha Caridade, eu te adoro profundamente com tudo o que sou e com tudo o que tenho. Venha Pai, Amor infinito, entra em mim e preenche-me de toda a Tua plenitude. Jesus, meu Amado, envie sobre mim o sopro do Espírito Santo e retira de uma maneira especial tudo o que em mim é resistência a Ti. Espírito Santo, Amor divino, faze que a tua luz, o calor da tua presença, a chama do teu amor tome posse de mim, para que me inflame todo da chama da tua Caridade. Por Cristo Nosso Senhor. Amém

Leitura: Jo 3, 5-8

“Em verdade, em verdade te digo: quem não renascer da água e do Espírito não poderá entrar no Reino de Deus. O que nasceu da carne é carne, e o que nasceu do Espírito é espírito. Não te maravilhes de que eu te tenha dito: Necessário vos é nascer de novo. O vento sopra onde quer; ouves-lhe o ruído, mas não sabes de onde vem, nem para onde vai. Assim acontece com aquele que nasceu do Espírito”.

Reflexão:

Eu sou viva imagem do Espírito Santo, mas, como é o Espírito Santo e como posso me tornar como Ele?
No Novo Testamento encontramos duas imagens principais do Espírito Santo; a primeira é aquela do vento e do sopro: "O vento sopra onde quer e se escuta a sua voz, mas não se sabe de onde vem, nem para onde vai; assim é todo aquele que nasceu do Espírito”. Depois de sua ressurreição, Jesus enviou o sopro do Espírito sobre os Apóstolos. Em Atos, vemos o Espírito entrar no Cenáculo como um vento forte que movimenta a casa.

No ano passado, na Argentina, nos encontramos em meio a uma tormenta, uma tempestade forte o suficiente para arrancar árvores e descobrir o telhado da pequena Igreja. No seu interior, todas as coisas foram derrubadas no chão ou quebrados. Pensei então que um autêntico Pentecostes poderia fazer propriamente assim com relação aos nossos apegos àquelas “sagradas ícones” pelas quais temporariamente nos apegamos a Deus, mas que improvisamente são arrancadas de nossas mãos de modo que não tenhamos mais nada que nos impeça de entregar tudo aquilo que não está em nosso poder para controlar.

Ser viva imagem do Espírito Santo significa ter as qualidades do “vento”, ou do “ar”, da “respiração” - isto é, algo que não esta em meu poder de controlar ou ordenar. Estamos todos acostumados a querer para nós mesmos e para os outros um estilo de vida ordenado, bem definido, previsível, confiável e seguro. O Espírito Santo nunca é claramente definido ou previsível, mas é confiável e seguro e tem a sua própria ordem e que somos chamados a ela nos abandonar.

Esta é a chave: entregar-me, abandonar-me à ação do Espírito Santo em minha vida. Colocar minha confiança no Espírito mais que em mim mesmo. Maria é o mais perfeito exemplo dessa confiança e entrega a Ele.

O poeta e sacerdote jesuíta Gerald Manley Hopkins, em seu poema “The Blessed Virgin Compared To The Air We Breathe” (A Beata Virgem como o ar que respiramos), descreve Maria como “ar puro”, “ar gerador” do mundo, o “ar” que me acolhe como um ninho”. Aprecio esta imagem porque liga Nossa Senhora ao Espírito Santo - vento que sopra onde quer. Maria, não é só a mulher do silêncio, mas também da fortaleza. Nela está a força e a potência do Espírito que a conduz.

A segunda imagem do Espírito Santo é aquela do fogo, que São João da Cruz define como “aquela chama viva”, cuja ação interior provoca na alma o desencadear das chamas do amor para com Deus e para com os homens. Esta é a chama que levou Maria a sair de si mesma para ir ao encontro e ajudar Elizabete. A experiência do Espírito Santo é autêntica quando nos impulsiona, reacende o amor em nós e nos leva ao outro. Eis: a caridade de Cristo nos impulsiona.
" O despertar divino produz na alma a chama perfeita do amor... aquela chama viva que é o próprio Espírito Santo ... e assim o Espírito Santo opera na alma que é transformada em amor e Seus movimentos internos fazem com que a alma difunda o fogo do ardor. Estes, ao sair dela, provoca uma “ferida”, que porém é “suave” e, em lugar de causar a morte da alma, aumenta a sua vida ..." (São João da Cruz).

A meditação de São Vicente Pallotti nos lembra a obrigação que deriva da realidade de que somos imagem viva do Amor infinito: “assim eu sou obrigado a aproveitar do livre arbítrio ajudado da graça para aperfeiçoar merecidamente a mim mesmo enquanto sou uma viva imagem do Amor infinito do Pai e do Filho”. Semelhante tomada de consciência o inspira a uma verdadeira oração de arrependimento e de misericórdia: “Oh meu Deus, Vós somente conheceis o quanto trabalhei o contrário, pois, em vez de viver a vida de amor no vosso Amor infinito, eu amei a mim mesmo, eu amei o “desabafo brutal” de todas as minhas más paixões, eu amei a coisas terrenas, eu amei por fim o pecado”.

Arrependimento:

Eu amei o pecado: esta é a verdade que Pallotti reconhece em si mesmo; e é de fato verdade que nós amamos o pecado que cometemos. Disponhamo-nos em reconhecer o nosso pecado perante o Senhor, sem medo, porque o Amor Infinito é infinitamente paciente. Somos convidados a entregar a Ele tudo aquilo que não conseguimos superar em nossa vida. Em nosso nada e privados de ajuda, abandonemo-nos nas mãos Daquele que só pode tornar-nos livres porque isto Ele quer para nós.“O Senhor disse: “Eu vi, eu vi a aflição de meu povo que está no Egito, e ouvi os seus clamores por causa de seus opressores. Sim, eu conheço seus sofrimentos. E desci para livrá-lo…” (Ex. 3, 7-8).

Oração de abandono

Pela sua infinita misericórdia, Deus nos ajuda a rezar com São Vicente:

Meu Deus, meu Pai, Misericórdia infinita e Amor infinito da minha viva imagem Vossa; tenho certeza de Vosso olhar. Se me olhardes vós vos comovereis logo de compaixão, e tenho por certo, que logo me concedereis a perfeita contrição de toda a minha vida brutal; reacendereis logo na minha alma a chama do Vosso puríssimo Amor; dai-me uma graça eficaz para que eu viva sempre uma vida de amor tão ardente de poder reparar não só os prejuízos feitos por mim, mas pelos pobres pecadores que se encontram no mundo, e me transformareis tudo em Vosso santo Amor para ser semelhante a Vós em vossa glória, oh meu Amor infinito, eterno, imenso, incompreensível!

Meditação

Vicente Pallotti nos encoraja a inspirar e expirar Deus:
permaneçamos em silêncio na presença do Senhor.
Continuemos parados e respiremos.
O Espírito Santo está em toda parte:
está no ar que respiramos,
e em cada respiro somos preenchidos
de toda a plenitude do Espírito que é o Amor Infinito.
Estamos no Cenáculo do Amor com Maria
e em comunhão de louvor e adoração
com os anjos, os santos e toda a Igreja.

Se sentimos a necessidade de uma palavra para nos ajudar, podemos repetir silenciosamente esta frase: Sou imagem viva do Espírito Santo. Permaneçamos assim, neste espaço, neste estado de bênção que nos concede o Espírito Santo.

Antes de concluir, peçamos a graça especial que necessitamos agora, neste momento da nossa vida e coloquemos com confiança tudo nas mãos de Deus.Oferta:

Eterno Pai, com os Corações SS. de Jesus e de Maria, vos ofereço o Sangue preciosismo do Imaculado Cordeiro nosso Divino Redentor, em agradecimento como se já tivésseis concedido todas as graças imploradas a mim e a todos, agora e para sempre. Amém

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