domingo, 31 de outubro de 2010

MÊS DE NOVEMBRO E AS INDULGÊNCIAS

A Igreja de Deus é como aquela torrente que Ezequiel perscrutou na visão, cujas árvores das margens produzem frutos todos os meses. (Cf. Ez 47,9 ss) Um fruto precioso que a Igreja produz em casa mês de Novembro é a indulgência em favor dos nossos irmãos falecidos. Mas de facto, o que são as indulgências? O Catecismo da Igreja nos responde: “Por meio das indulgências, os fiéis podem obter para si próprios, e também para as almas do Purgatório, a remissão das penas temporais, consequência do pecado.”(CIC 1498)
Mas o que significa pena temporal do pecado? O próprio Catecismo da Igreja responde-nos: “Para compreender esta doutrina e esta prática da Igreja, deve ter-se presente que o pecado tem uma dupla consequência. O pecado grave priva-nos da comunhão com Deus e, portanto, torna-nos incapazes da vida eterna, cuja privação se chama «pena eterna» do pecado. Por outro lado, todo o pecado, mesmo venial, traz consigo um apego desordenado às criaturas, o qual precisa de ser purificado, quer nesta vida quer depois da morte, no estado que se chama Purgatório. Esta purificação liberta do que se chama «pena temporal» do pecado. Estas duas penas não devem ser consideradas como uma espécie de vingança, infligida por Deus, do exterior, mas como algo decorrente da própria natureza do pecado. Uma conversão procedente duma caridade fervorosa pode chegar à total purificação do pecador, de modo que nenhuma pena subsista.
 O perdão do pecado (principalmente no Sacramento da Confissão) e o restabelecimento da comunhão com Deus trazem consigo a abolição das penas eternas do pecado. Mas subsistem as penas temporais. O cristão deve esforçar-se por aceitar, como uma graça, estas penas temporais do pecado, suportando pacientemente os sofrimentos e as provações de toda a espécie e, chegada a hora, enfrentando serenamente a morte: deve aplicar-se, através de obras de misericórdia e de caridade, bem como pela oração e pelas diferentes práticas da penitência, a despojar-se completamente do «homem velho» e a revestir-se do «homem novo»”.
Além disso: “O cristão que procura purificar-se do seu pecado e santificar-se com a ajuda da graça de Deus, não se encontra só. «A vida de cada um dos filhos de Deus está ligada de modo admirável, em Cristo e por Cristo, à vida de todos os outros irmãos cristãos, na unidade sobrenatural do Corpo Místico de Cristo, como que numa pessoa mística».
 Na comunhão dos santos, «existe, portanto, entre os fiéis – os que já estão na pátria celeste, os que foram admitidos à expiação do Purgatório, e os que vivem ainda peregrinos na terra – um constante laço de amor e uma abundante permuta de todos os bens». Nesta admirável permuta, a santidade de um aproveita aos demais, muito para além do dano que o pecado de um tenha podido causar aos outros. Assim, o recurso à comunhão dos santos permite ao pecador contrito ser purificado mais depressa e mais eficazmente das penas do pecado.
É em Cristo, nosso Redentor, que se encontram em abundância as satisfações e os méritos da sua redenção. (Cf. CIC 1472-1477) A indulgência nada mais é do que usufruir deste “tesouro da igreja” que são os méritos infinitos de Cristo e os méritos abundantes dos santos, nossos irmãos.
Quais são as obras indulenciadas?  Quais são as normas da Igreja para que possamos consegui-las?  Não é possível responder a essas duas perguntas em um pequeno artigo. Limitamo-nos aqui a salientar as indulgências que podem ser conquistadas e oferecidas pelas alma do purgatório nesta época do ano, na visita ao cemitério: “Quem visite, com ânimo religioso, um cemitério e nele ore pelos fiéis defuntos, lucra indulgência em favor das almas do purgatório, indulgência que de 1 a 8 de Novembro é plenária, e nos demais dias do ano é parcial. As condições são as abtuais para a indulgência plenária: Confissão sacramental (cerca de vinte dias antes ou depois da obra indulgenciada), oração na intenção do Papa (pode ser Pai Nosso e Ave Maria) e comunhão Eucarística (não necessariamente no mesmo dia da obra indulgenciada). (Cf. Manual das Indulgências, Ed. Paulus)
 Esta prática nos ajudará a atender ao pedido de Nosso Senhor : “Está ao teu alcance levar-lhes alívio. Tira do tesouro da Minha Igreja todas as indulgências e oferece-as por elas…” (Diário de Sta. Faustina 1226)

Para as células de Evangelização:
Que sentido tem neste mês de Novembro a frase bíblica: “Grava-me como selo em teu coração, como selo no teu braço, porque forte como a morte é o amor… ” ( Ct 8,6) ?
Pe. Marcelo

Nenhum comentário: