segunda-feira, 19 de abril de 2010

2º CONGRESSO GERAL DA UNIÃO DO APOSTOLADO CATÓLICO (4)

Como prometido queremos fazer chegar a cada um as idéias desenvolvidas por Maria Damke, da Austrália, em sua conferência no Congresso da União do Apostolado Católico, quando desenvolveu o tema:  A VISÃO DO HOMEM EM SÃO VICENTE PALLOTTI”.

Dizia ela que as várias biografias de Pallotti nos falam de suas atividades na cidade de Roma onde ensinou na “Universidade Sapienza”; foi diretor espiritual e confessor de seminários, de religiosos, bispos e cardeais, capelão de presídios, e de hospitais, reitor da Igreja  do Espírito Santos dos Napolitanos, atendeu às órfãs após o cólera, passou muitas horas no confessionário, orientou retiros  e pregou missões populares. Toda a sua vida foi gasta a serviço dos outros.

Vê-se que não há dúvida quanto a importância que teve para Pallotti a descoberta da pessoa humana, e ao estudá-lo não podemos deixar de observar o quanto isso, se constitui em objetivo central de sua vida e da sua obra.

Para ele servir não era conseqüência de um notável e filantrópico humanismo. Para São Vicente, o homem transcende o tempo e o espaço, é criatura do Eterno e o caminho de cada pessoa não é um vagar sem sentido, mas tem uma destinação certa: - que é Deus Eterno.


Mas, justamente por que Deus permeia todos os aspectos de Pallotti e condiciona todas as suas  ações , é difícil procurar descrever de modo adequado a visão e a missão de Deus na sua vida. Assim, a conferencias escolheu focalizar estas reflexões sobre o elementos central da existência: O mistério de Deus.

MISTÉRIO - No dicionário quer dizer: “algo que não é/não pode ser conhecido, entendido e explicado” ou, ainda, “uma verdade que pode ser conhecida apenas através da revelação divina e que não pode ser conhecida em plenitude pelos homens”.

O mistério, porém, contém em si, também, um outro aspecto sobre o qual muitas vezes negligenciamos, porque nos concentramos no aspecto incompreensível: o mistério, indica a existência de uma realidade, de uma realidade imensa.


PALLOTTI E O MISTÉRIO DE DEUS – Para são Vicente, Deus é, sem dúvidas, mistério.

Pallotti sabe que não poderá alcançar em plenitude o conhecimento de Deus, qual é a sua essência e qual seja o seu agir. E, no entanto, aceita que Deus seja, e coloca-se diante deste grande mistério em atitude de estupor, alegria, adoração e serviço. Coloca-se  disponível  a seu serviço.  Assim São  Vicente afirma: Iluminado pela Santa fé, creio na existência de Deus Uno, Eterno,  Infinito, imenso, incompreensível, infinitamente bendito por toda a eternidade (Vicente Pallotti – Deus amor Infinito, p. 1).


DEUS AMOR INFINITO -  Pallotti percebe a natureza desta realidade do infinito, no misério ainda maior  do amor. Adverte e experimenta misticamente que a essência de Deus Infinito é o seu amor infinito: o infinito de Deus é o infinito do Amor.  

Pallotti entendeu a criação como extensão do amor de Deus. Se Deus se doa totalmente a cada coisa que cria, então toda a criação reflete em si a bondade de Deus e o seu amor. A  criação é sinal do Amor infinito de Deus. E é este divino Amor Infinito que nos doa o sentido do ato criador de Deus e a existência do universo.


O MISTÉRIO DO HOMEM - O universo, isto é, a criação retorna ao amor de Deus no seu existir, no desenvolver as funções pelas quais foi criado, glorificado e honrado  e assim faz presente a majestade do seu criador.  O salmista no salmo 148 e Daniel no capítulo III exorta toda a criação a dar louvor ao Deus onipotente e Criador.

Este amor, portanto, é o fundamento da nossa identidade e dignidade de seres humanos. A autenticidade de  cada um está em ser e tornar-nos pessoas  que amam. Foi para isso que fomos criados.; não somos, portanto, swer4es simplesmente transmissores de fu7nções porque somos ancorados e entrelaçados no Amor Infinito de Deus.  

No acolher este amor divino, somos chamados  a nos tornar colaboradores responsáveis a revelar o ato criador de Deus; isto inclui uma continua redenção e uma contínua encarnação que une Deus à humanidade. Jesus é a causa ativa da nossa redenção., n’Êle o amor de Deus se faz um com a humanidade e Maria é o elemento recept6ivo que representando todos os homens, acolhe o amor de Deus.

Joaquim Accioly

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