Assim como o tempo quaresmal, tempo de penitência e preparação, é uma imagem desta nossa vida presente, cheia de tantas tentações e percalços, assim também o tempo Pascal, em que nos entregamos de modo mais abundante ao louvor de Deus, é o símbolo da vida eterna. Assim, na segunda leitura de hoje, adequada ao tempo Pascal, São João, em uma visão, contempla a multidão dos eleitos: “Depois disto, apareceu na visão uma multidão enorme que ninguém podia contar, de todas as nações, tribos, povos e línguas. Estavam de pé com túnicas brancas diante do trono e diante do Cordeiro, e com palmas na mão. Então, um dos seres viventes tomou a palavra e disse-me: «Estes, que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e donde vieram?» Eu respondi-lhe: «Meu senhor, tu é que sabes.» Ele disse-me: «Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,9. 13-14) A visão do Apocalipse confortava e conforta os fiéis que passam por tribulações na sua vida presente, para incentivá-los à perseverança, pois como diz o texto, a vida neste mundo, buscando a santidade é “uma grande tribulação”. Por exemplo, é incómodo ter que desviar os olhos de certas cenas que aparecem na TV à luz do dia para conservar a pureza do coração…; é incômodo ter de desviar a conversa quando o vizinho quer fazer fofoca…; é incômodo para um cristão se negar ao uso de preservativos e contraceptivos artificiais em uma sociedade permissiva…; é incômodo ser honesto no meio de estruturas financeiras corrompidas…; é incômodo suportar com paciência as imperfeições alheias….; é incômodo confessar os próprios pecados a um irmão ordenado, para receber o perdão de Nosso Senhor…. Sim é incómodo buscar a santidade, mas a recompensa é esta: “«Estes, que estão vestidos de túnicas brancas, quem são e donde vieram?» Eu respondi-lhe: «Meu senhor, tu é que sabes.» Ele disse-me: «Estes são os que vêm da grande tribulação; lavaram as suas túnicas e as branquearam no sangue do Cordeiro.” (Ap 7,9. 13-14) Como alguém certa vez disse: é melhor passar este pequeno incómodo, e ser feliz para sempre, do que passar uma vida “cômoda” a eternidade no supremo incômodo do inferno.
Quem busca a santidade e a prega, acaba sendo incômodo também para os que não a buscam. Não é o que está a acontecer ao Santo Padre actualmente? Embora não seja isso que o texto queira dizer, é obvio, estas vestes brancas bem lembram as vestes do Papa. Estamos a reviver, nos nossos dias, em Portugal, “ipsis litteris” (ao pé da letra) o que dizem as leituras da Palavra de Deus deste Domingo. Assim como Paulo e Barnabé na primeira leitura de hoje, atraíram uma grande multidão para ouvir a Palavra de Deus, também o Santo Padre de certo que atrairá uma grande multidão; Boa parte dos católicos de Portugal, cerca de 88,3 por cento, isto é, “9,36 milhões de católicos para uma população de 10,6 milhões de pessoas. Assim como no tempo de Paulo e Barnabé, os judeus ao ver a grande multidão que ouvia os Apóstolos, roeram-se de inveja, e atentaram contra eles, é o que estamos a contemplar nos ataques maciços dos “mass midea” ao Papa Bento XVI. Impressionante como a mensagem de Fátima é actual e é uma profecia para os nossos tempos. Dizia Jacinta Marto, vidente de Fátima: “Eu vi o Santo Padre numa casa muito grande, de joelhos diante de uma mesa, com as mãos no rosto a chorar; fora da casa estava muita gente e uns atiravam-lhe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre, temos que pedir muito por ele!”
Porém não desanimemos, pois parecemos poucos, pois o mal faz grande barulho. Já dizia alguém que o tambor faz um grande barulho justamente por ser oco. Mas a verdade é que somos uma multidão, como diz a segunda leitura do livro do Apocalipse de São João. E nesta visita do Santo Padre seremos uma vez mais uma multidão, porque queremos ser do rebanho de Jesus cuja característica vem bem claro no Evangelho: “As minhas ovelhas escutam a minha voz: Eu conheço-as e elas seguem-me.” (Jo 10, 27) Mas alguém poderia objectar que os que realmente ouvem o Santo Padre dessa multidão são um pequeno rebanho. Pois bem, queremos fazer parte deste pequeno rebanho, pois Jesus disse aos Apóstolos: “Quem vos ouve é a mim que ouve, e quem vos rejeita é a mim que rejeita; mas, quem me rejeita, rejeita aquele que me enviou.» (Lucas 10,16)
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Cada vez mais nota-se a actualidade e a veracidade da mensagem de Fátima, à qual a visita do Santo Padre vem mais uma vez confirmar. Também estamos a nos aproximar do mês de Maio. Que aspecto da mensagem de Fátima torna-se mais necessário pôr em prática em nossos dias?
Pe. Marcelo
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