sexta-feira, 16 de abril de 2010

SEMANA DE ORAÇÃO PELAS VOCAÇÕES

Estamos a iniciar a semana de oração pelas vocações. Neste ano sacerdotal, tal oração reveste-se de uma particular importância.  Os textos que a liturgia de hoje nos traz, proporcionam-nos uma óptima reflexão sobre o ministério sacerdotal, tomando por base a pessoa de Pedro. O Evangelho começa com Pedro, depois da Ressurreição de Cristo, mas ainda não muito consciente se sua missão a dizer: “Vou pescar”. Era o que ele sabia fazer no mundo. E era um bom pescador. Quis voltar à sua actividade normal. Mas naquela noite não pegou nada absolutamente. Pedro já não era o mesmo. Jesus já o tinha chamado para pescar em “outros mares”. “Saíram e subiram para o barco, mas naquela noite não apanharam nada.” (Jo 21,3) “Ao romper do dia, Jesus apresentou-se na margem, mas os discípulos não sabiam que era Ele. Jesus disse-lhes, então: «Rapazes, tendes alguma coisa para comer?» Eles responderam-lhe: «Não.» Disse-lhes Ele: «Lançai a rede para o lado direito do barco e haveis de encontrar.» (Jo 21,4-6) Tiveram de experimentar na prática o que Nosso Senhor já lhes tinha dito antes, pois na nova dimensão do Reino e na Nova pesca que é o Apostolado: “Quem permanece em mim e Eu nele, esse dá muito fruto, pois, sem mim, nada podeis fazer.” (Jo 15,5) E como dizia Dom Azcona Bispo do Marajó: “E nada é nada….”  Mas com Cristo, escutando a sua voz, que beleza: “Lançaram-na e, devido à grande quantidade de peixes, já não tinham forças para a arrastar.” (Jo 15,6) Pedro teve de aprender isso dolorosamente mas aprendeu a lição. Na noite da paixão, Jesus mandou vigiar e orar, pois o espírito estava preparado, mas a carne era fraca.

Não escutando a exortação do Senhor, teve que constatar a sua fraqueza, negando-o três vezes, ele que dizia que morreria por Cristo. Mas agora parece que tinha já aprendido a lição. No auge do trabalho, quando as redes estavam cheias, quando ele ouviu dizer que era o Senhor, vestiu suas roupas (sinal de dignidade) e lançou-se no mar para ir a nado ter com o Senhor deixando os outros apóstolos com o trabalha da pesca. Aprendeu que o lugar do líder é aos pés do seu Senhor. Porém não se furtou preguiçosamente ao trabalho. Ele que tinha estado aos pés do Senhor, quando os Apóstolos aportaram com as barcas, foi ele sozinho e retirou os 153 grandes peixes para a terra. Não se nega ao trabalho mas aprendeu as prioridades. Mais tarde em outra questão, quando queriam que os Apóstolos se dedicassem ao serviço das viúvas, soube discernir as prioridades: “«Não convém deixarmos a palavra de Deus, para servirmos às mesas. Irmãos, é melhor procurardes entre vós sete homens de boa reputação, cheios do Espírito e de sabedoria; confiar-lhes-emos essa tarefa. Quanto a nós, entregar-nos-emos assiduamente à oração e ao serviço da Palavra.»” (Actos 6,2-4)

Certas realidades se expressam melhor com a poesia. Foi o que fez Dom Alberto Taveira, Bispo do Tocantins: “Quem és tu, sacerdote? Tudo e nada! Nada, para te fazeres vazio de ti mesmo e deixar-te plenificar pelo teu Senhor, que inunda teu ser. Nada, se te reconheces frágil como teus irmãos e irmãs, solidário da fraqueza e caminheiro da esperança. Mas és tudo, pois tua pequenez é posta à disposição do Senhor dos senhores, Rei dos reis. Agindo na pessoa de Cristo, poderás ter a ousadia de dizer? “Isto é o meu Corpo, isto é o meu Sangue…”; ou ser instrumento do perdão proclamando: Eu te absolvo dos teus pecados…. Tua vida é graça, ó Sacerdote!”

(Cf. http://www.rccbrasil.org.br/noticia.php?noticia=589)

Para as Células de Evangelização.

1-      Lembramos que mesmo entre os doze Apóstolos tivemos um Pedro arrependido, mas posteriormente santo, junto com os outros onze, e teve também um “Judas”. Diante das actais avalanches de notícias, negativas sobre os sacerdotes, algumas reais, outras tendenciosas e mesmo falsas, qual é a posição de um católico maduro?


Pe. Marcelo

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