sábado, 17 de dezembro de 2011

MARIA, NOSSA MÃE E MESTRA NO ADVENTO

O Evangelho deste Domingo antecede imediatamente o Natal do Senhor, e é particularmente precioso. As leituras mostram o cumprimento das promessas que o Senhor fez aos patriarcas do Antigo Testamento, de modo especial a Davi: A tua casa e o teu reino permanecerão para sempre diante de mim, e o teu trono estará firme para sempre".»  (2 Sam 7,16) Fico a pensar no povo judeu e como eles devem, até os dias de hoje, ficar perplexos diante desta passagem do Antigo Testamento, pois a história deste povo mostra que logo depois da morte de Salomão, que teve paz durante o seu reinado, mas que no final da vida não agradou ao Senhor, o reino de Israel foi dividido e algum tempo depois perdeu a autonomia política para outros povos. Esta situação perdurava até o tempo de Cristo com a dominação Romana.
É em Jesus, descendente de David, segundo a carne, que Nosso Senhor confirma esta promessa. O Evangelho de hoje o atesta: “Hás-de conceber no teu seio e dar à luz um filho, ao qual porás o nome de Jesus. Será grande e vai chamar-se Filho do Altíssimo. O Senhor Deus vai dar-lhe o trono de seu pai David, reinará eternamente sobre a casa de Jacob e o seu reinado não terá fim” (Lc 1,31-33)
Esta passagem é tão importante que a Igreja compôs uma oração para honrar este momento chave da história da Salvação. Trata-se do “Angelus”:
“O Anjo do Senhor anunciou a Maria”. Ao que nós respondemos:  “E ela concebeu do Espírito Santo”
Ave Maria, Cheia de Graça….
“Eis aqui a serva do Senhor” R: “Faça-se em mim segundo a tua Palavra”  Ave Maria cheia de Graça….
“E o Verbo Divino se fez Carne”. R: “ E habitou entre nós”.  Ave Maria, Cheia de Graça….
Rogai por nós santa Mãe de Deus… Para que sejamos dignos das promessas de Cristo….
Oremos: Infundi Senhor a Vossa Graça em nossos corações, para que nós, que pela anunciação do Anjo, conhecemos a encarnação de Jesus Cristo Vosso Filho, cheguemos por sua paixão e Cruz à glória da Ressurreição, por Cristo Nosso Senhor, Amém.
Muitas pessoas não sabem o porquê de, em nossas cidades e aldeias, os sinos tocarem às seis horas da manhã, ao meio dia e às 18:00 hs de modo especial. É justamente para rezarmos esta oração, que inclusive é indulgenciada, ou seja, cada vez que a rezamos, diminuímos o nosso purgatório ou das pessoas para quem queremos oferecer.
Porque esta oração tão curtinha e simples é tão forte? Por várias razões: Comecemos pelas Escrituras. Nesta oração nós confessamos que Jesus veio na Carne Humana.  Quanto a isso nos diz São João: Reconheceis que o espírito é de Deus por isto: todo o espírito que confessa Jesus Cristo que veio em carne mortal é de Deus; e todo o espírito que não faz esta confissão de fé acerca de Jesus não é de Deus. Esse é o espírito do Anticristo, do qual ouvistes dizer que tem de vir; pois bem, ele já está no mundo” (1 Jo 4,2-3). E ainda: “Quem confessar que Jesus Cristo é o Filho de Deus, Deus permanece nele e ele em Deus” (1 Jo 4,15). E ainda São Paulo: “Porque, se confessares com a tua boca: «Jesus é o Senhor», e acreditares no teu coração que Deus o ressuscitou de entre os mortos, serás salvo. É que acreditar de coração leva a obter a justiça, e confessar com a boca leva a obter a salvação. É a Escritura que o diz: Todo o que nele acreditar não ficará frustrado” (Rm 10,9-11)
Mais ainda, rezando diariamente esta oração, são criadas ou reforçadas em nós as disposições do Coração de Nossa Senhora de acolher a Palavra e a vontade de Deus e não sermos refratários a esta Palavra. Nós dizemos com Maria: Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra” (Lc 1, 38) Nas coisas concretas do dia-a-dia, nós vamos aprendendo, a dizer sim a Deus e não ao pecado:
Por exemplo: Num carro, se vemos que estamos em velocidade a mais, lembramos o que São Paulo diz das autoridades: “Não queres ter medo da autoridade? Faz o bem e receberás os seus elogios. De facto, ela está ao serviço de Deus, para te incitar ao bem. …É por isso que é necessário submeter-se, não só por medo do castigo, mas também por razões de consciência" (Rm 13,5)
E ainda, por exemplo, no uso da internet: Como será que Nossa Senhora usaria este meio se vivesse no meu tempo? Será o que que veicularia ou leria na internet? Será que permitiria que o excesso de seu uso impedisse os relacionamentos reais com as pessoas?
Nas questões delicadas do nosso tempo, como o planejamento familiar e a obrigação dos casais de nunca excluírem a possibilidade da vida em seu relacionamento, o que seria dizer a sério: Eis aqui a serva do Senhor?
Rezar o “angelus” é comprometedor. É colocar-se a cada dia na escola de Maria e de Jesus. É dizer a cada dia várias vezes: “Eis aqui o servo ou a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a sua Palavra”. O Resultado, porém é lindo:  “E o Verbo Divino se fará carne e habitará entre nós”. Nesta Eucaristia isto se fará verdade dentro de instantes. Mas é preciso que em nossas famílias o menino possa nascer e fazer morada neste Natal. Também lá o Verbo quer se fazer carne.
PARA PARTILHAR:
Quais as circunstâncias outras da vida moderna em que é mais difícil dizer: “Eis aqui o servo do Senhor….”
Qual a recompensa de se dizer sim como Maria?
Pe.Marcelo

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